A proa norte do Monte Roraima (foto: Mark Synnott )
Os norte-americanos Greg Child, Jared Ogden, e Mark Synnott abriram em dezembro de 2006 uma nova via na proa negativa do lado norte do Monte Roraima, sétimo ponto mais alto do Brasil, com 2739 m de altitude (atualizado em junho de 2005 pelo IBGE).
O Monte Roraima é uma das formações geológicas mais antigas do planeta. Integra o grupo de montanhas chamadas de Tepui (ou Meseta), com relevos em forma de mesa, que se formaram a cerca de 2 bilhões de anos na América do Sul. Apenas 10% do Monte encontra-se em território brasileiro, tendo o seu restante em territórios da Venezuela e Guiana Inglesa. O topo, aplainado, forma um planalto de 17 km por 6 km, e as laterais apresentam paredões verticais de arenito com mais de 500 metros de altura. A primeira ascensão do Monte (que se tem conhecimento) foi a do botânico inglês Everard Im Thurn, que em 1884 descobriu uma rota de acesso pelo lado venezuelano.
Em dezembro passado os americanos abriram a via Cutting the Line (D6 VIIIa A2+), de aproximadamente 400m de extensão, com dez enfiadas, quase todas em livre e negativas, e com escalada artificial apenas na última, que passa por uma cachoeira.
A proa norte do Roraima foi escalada pela primeira vez em 1973 pelos inglêses Mo Anthoine, Joe Brown, Hamish MacInnes, e Don Whillans. Em 2003, os mesmos Ogden e Synnott, acompanhados pelo escalador e cinegrafista John Catto, escalaram uma via de nove enfiadas que chamaram de Scorpion Wall (D6 VIIc A0), iniciando 100 metros à esquerda da via dos inglêses. A nova via, Cutting the Line, começa à esquerda da Scorpion Wall, um pouco mais à leste da formação.
Outras escaladas na região – Em dezembro de 2006 / janeiro de 2007, foi aberta uma via de 20 enfiadas, no pilar norte do Tepui Acopan (Venezuela). Purgatory (D6 IXa), uma linha com 700 metros de extensão, foi aberta por um time alemão-venezuelano composto pelos escaladores Kurt Albert, Ivan Calderón, Stefan Glowacz, e Holger Heuber.
Também em janeiro, os americanos Kyle Dempster e Mike Libecki chegaram à Venezuela com a intenção de fazer a primeira ascensão do pilar norte do Acopan, mas ficaram desapontados ao se depararem com a via dos alemães, recém aberta. Abriram outra via, a Dempster-Libecki Variation, de 13 longas enfiadas (D5 VII A2), seguindo o traçado mais natural possível. Os escaladores observaram que a via dos alemães não tomou o caminho mais natural na parede, mas seguiu por trechos difíceis e negativos, com enfiadas curtas e bem protegidas, provavelmente buscando uma escalada livre mais exigente.
O Tepui Acopan conta com outras três vias: Jardinieros de Grandes Paretes (VII, 10 enfiadas), na face sul, Unate Arête (VIII A1, 20 enfiadas), e Pizza, Chocolate y Cerveza (IXa, 21 enfiadas), na face sudeste. As duas vias mais longas, ambas abertas por times anglo-venezuelanos, foram escaladas sem a utilização de chapeletas ou pitons.
Este texto foi escrito por: Filippo Croso
Last modified: março 1, 2007