Gostar de números não é uma unanimidade, mas nós dois terminamos o curso de engenharia antes de entrar nesta vida de piloto. Sem contar que no início de nossa carreira também participávamos de provas de enduro de regularidade, onde fazer contas é tão importante quanto respirar. Então vamos aos números. Esta edição do Rally Paris-Dakar, que começa dia 28 de dezembro, terá 9.436 quilômetros no total, divididos em 2.950 na Europa e 6.486 na África. Serão 16 dias de competição e um dia de repouso, atravessando cinco países (França, Espanha, Marrocos, Mauritânia e Senegal). Enfrentaremos 14 especiais, sendo duas “Maratona”, três em forma de laço, duas sem GPS e uma sem as malas de peças para as motos que seguem o rali no avião dos organizadores.
A especial (trecho cronometrado) mais curta será na França, com cinco quilômetros, dia 29 de dezembro, e a mais longa acontecerá na Mauritânia, entre Tidjikja e Tichit, com 520.
A etapa mais longa, incluindo deslocamento e especial, é uma “Maratona” que largará de Ouarzazate, no Marrocos, descansando apenas seis horas em Tan-Tan e seguindo para Zouerat, já na Mauritânia, com um total de 1.541 quilômetros. Esta etapa começará dia 3 de janeiro e só terminará no dia seguinte. A etapa mais curta é o dia final em Dakar, um laço com 69 quilômetros, dia 13 de janeiro!!! A extensão média das etapas é de 540 km.
Nestes 14 anos de participações consecutivas, pilotando motos, carros e caminhão, André Azevedo e Klever Kolberg já percorreram 220.170 quilômetros pelo deserto do Saara, ou seja, o equivalente a 5,493 voltas ao redor da Terra. A “jornada” poderia ser ainda mais longa se fossem somadas outras provas no Brasil, no exterior, expedições e treinamentos.
No Dakar 2002, 434 veículos estão inscritos na prova, divididos em 170 motos, 119 carros, 34 caminhões e 111 carros e caminhões de assistência. Deste total, seis são pilotados por mulheres. Para cuidar destes concorrentes a organização contará com 17 aviões, oito helicópteros, 9 carros para os controles de passagem, um fazendo a abertura e conferência final da planilha que é acompanhado de um caminhão, oito carros médicos e cinco carros para TV; dois caminhões-oficina e peças, três caminhões para resgatar pilotos e motos e três caminhões com combustível para reabastecimento das motos e helicópteros durante as etapas. No total, só a organização tem 23 carros e 11 caminhões. Cerca de 1,5 milhão de litros de gasolina e diesel serão necessários para abastecer estes veículos durante a competição.
Os pilotos inscritos na prova representam 34 nacionalidades, sendo que a França tem 46% dos concorrentes, seguida pela Espanha (16%), Bélgica (15%), Itália (13%), Japão (8%), Países Baixos (5%), Grã Bretanha (4%) e Brasil 4%.
As fascinantes imagens captadas durante o Rally Paris-Dakar serão enviadas para TVs de 178 países.
Entre competidores, organizadores, médicos e jornalistas, a caravana terá 1.100 pessoas. Cerca de 150 toneladas de alimentos e bebidas serão transportadas por caminhões e aviões para abastecer a caravana.
A equipe BR Lubrax está levando 28 pneus para as duas motos, uma Honda Tornado Rally 250 e outra Honda Falcon Rally 400, 42 pneus para o Mitsubishi Pajero Full e 30 pneus para os dois caminhões. Para a manutenção preventiva e corretiva destes veículos, foram embarcados 4.215 itens entre peças, ferramentas, lubrificantes, rodas, pneus, roupas, barracas e geradores elétricos. São 24 toneladas de equipamentos embarcados para esta 24a edição do Rally Paris-Dakar.
Finalizamos com a numerologia, a superstição. Nem acreditamos nisso, mas pensamos um pouco. Então, o que você acha dos números dos pilotos brasileiros?
Faça suas previsões!
Este texto foi escrito por: Klever Kolberg (arquivo)