O ano de consagração da BikeBox - Webventure

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O ano de consagração da BikeBox

Redação Webventure/ Offroad

Jean Azevedo em ação no paulista de cross-coutry em Cunha; piloto venceu o Sertões pela BikeBox. (foto: Arquivo FPM - Federação Paulista de Motociclismo)
Jean Azevedo em ação no paulista de cross-coutry em Cunha; piloto venceu o Sertões pela BikeBox. (foto: Arquivo FPM – Federação Paulista de Motociclismo)

Nem mesmo se fosse muito bem planejado, 2000 não seria tão perfeito. Pelo menos para a equipe paulista de moto BikeBox, que conquistou os principais títulos em disputa no off-road nacional.

Formada neste ano por dois pilotos oficiais, Jean Azevedo e Eduardo Teixeira, e tantos outros que receberam apoio da equipe, a BikeBox venceu a Copa Baja Brasil, o Rally Internacional dos Sertões, pela segunda vez consecutiva (fato inédito), algumas etapas da Copa Dunas de Rally e o segundo lugar no brasileiro de Enduro FIM.

Fora isso, a equipe levou seis nomes dos mais importantes (Jean, Edu, Bernado ‘Be’ Magalhães, Luiz Felipe Braga, Alexandre Fernandes – Taxinha – e Marcos Nascimento – Joanita) para representar o país no ISDE Six Days, considerada a Olimpíada do Enduro, realizado em novembro, em Granada, na Espanha. Foi a primeira participação do Brasil na categoria “Trophy” (a principal) e, mesmo assim, os brazucas superaram grandes potências do esporte, como a Finlândia, trazendo a medalha de prata por todos os pilotos terem terminado a prova. A equipe ficou na 16ª colocação na geral.

“2000 foi na verdade um marco para a história da BikeBox e até para o fora de estrada no Brasil, porque participamos do Six Days, tivemos um Rally dos Sertões muito bom, e o Brasileiro de Baja conseguiu rolar. Realmente, foi um marco”, comentou José Koizumi (Avê), chefe e proprietário da equipe.

No início do primeiro semestre, Avê fechou um contrato de patrocínio com a Agip e obteve apoios de fabricantes de motos, peças e equipamentos. “Conseguimos com este patrocínio correr todo o campeonato sem dificuldades. A Agip nos deu condições para montarmos uma estrutura suficiente”, avaliou Avê. “Tudo que participamos, levamos alguma coisa. Senão a primeira, segunda ou a terceira colocação”.

De graça – Mas não foi em uma troca simples de marchas que a Avê atingiu o pódio. Nestes 14 anos de existência, a BikeBox trilhou por um caminho árduo e difícil. “Nós começamos com a oficina em 1986, com o objetivo de oferecer um trabalho honesto e de qualidade. Já praticávamos o fora de estrada e enduro de regularidade. Naquela época existiam oficinas realizando o trabalho de manutenção e apoio, só que para as equipes de frente. E, obviamente, quando se está começando uma oficina, acaba ficando com os pilotos detrás. Nós começamos a fazer apoio de graça”, resumiu Avê.

Foram anos de aprendizado que renderam experiência o bastante para a equipe se tornar, hoje, a principal do país. “Sempre houve essa característica de ajudar pilotos que não tinham muitas condições financeiras de praticar o esporte. Não tínhamos muito a oferecer além de serviços e descontos com as lojas de equipamentos e peças. Só fato do piloto economizar grana com manutenção já era bom para ele”.

A partir da 1989, a BikeBox assumiu uma postura mais profissional. Avê deixou de correr as provas para atender melhor seus pilotos. “Parei de andar de moto porque estava preocupado com os meus pilotos, se o carro de apoio estava no lugar certo e se os pilotos da frente estavam sendo bem atendidos. Com isso, não conseguia me concentrar na prova”.

O reconhecimento, porém, veio somente anos mais tarde. Em 1997, a fabricante espanhola Gas Gas, na época desconhecida no país, iniciou o processo de exposição da marca junto à BikeBox. E o resultado deste trabalho apareceu no Sertões de 1999 com a vitória de José Hélio. “Introduzimos a Gas Gas no Brasil, tornando a marca conhecida, assim como a BikeBox”. A partir daí, a Bike se tornou a revendedora oficial da montadora no país.

O intercâmbio com os espanhóis, depois italianos e portugueses possibilitaram ainda mais uma maior divulgação da equipe. “Hoje somos conhecidos e respeitados no exterior”.

Formiguaz – Para 2001, Avê planeja montar uma estrutura ainda maior. Serão quatro o pilotos oficiais: Jean Azevedo, Bernardo ‘Be’ Magalhães, Luiz Felipe Braga e Marcos Nascimento – Joanita. André Sawaya e Andres Marcondes também fecharam um co-patrocínio.

O calendário já está repleto de provas nacionais e competições internacionais. A equipe participará da Copa Baja Brasil, Copa Dunas de Rally, Brasileiro de Enduro FIM, Rally Internacional dos Sertões, o Paulista e o Mineiro de Cross-country. Lá fora, novamente a equipe representará o país no ISDE Six Days (entre agosto e setembro, na França). Além disso, dois dos pilotos oficiais estarão presentes em duas etapas do mundial de rali (Portugal, em março, e Espanha, em abril) e no Rally da Tunísia.

“Vamos começar neste próximo ano, na verdade, com algo mais profissional. Um trabalho mais elaborado. Ainda não fechei todo o planejamento pois estou dependendo de alguns outros patrocínios”, revelou Avê.

Segundo ele, todo o trabalho é recompensador e espera de 2001 um ano mais promissor. “Valeu e está valendo a pena. Estamos ainda no início do trabalho. Foi um trabalho de formiguinha, de grão em grão e fazendo crescer o esporte. Eu, particularmente, não tinha idéia onde poderíamos e chegar e ainda não tenho. Imagino que possamos chegar bem mais longe”.

Este texto foi escrito por: André Pascowitch

Last modified: janeiro 3, 2001

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