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O dinossauro Hybernon Cysne sonha em conquistar o título da F-3 Light

Redação Webventure/ Parceiros

Aos 38 anos Hybernon mantém a disposição de um garoto (foto: Sérgio Sanderson)
Aos 38 anos Hybernon mantém a disposição de um garoto (foto: Sérgio Sanderson)

São Paulo – O cearense Hybernon Cysne é um dos mais discretos e tranquilos pilotos da Fórmula-3 Sul-Americana. Com seu jeito nordestino, adquirido ao longo de 23 anos morando em Fortaleza, capital do Ceará, esse paulista de nascimento sonha, mesmo aos 38 anos, em conquistar o título da F-3 Light, uma das categorias de iniciação dos jovens pilotos brasileiros. Casado e com um filho de 10 anos, Hybernon bem que poderia ser pai de boa parte da garotada da F-3 Sul-Americana. Ele é o “dinossauro” da mais importante categoria do continente.

“O automobilismo é minha cachaça ! Tem gente que gosta de pescaria, de outros esportes. Desde garoto eu gosto de correr”, diz Hybernon, patrocinado pela caninha Ypioca e pelo Governo do Ceará.

A história desse piloto no automobilismo começou assim que os pais, portugueses de nascimento, decidiram trocar o instável clima de São Paulo pelo calor do Ceará. Para Hybernon assimilar melhor a ausência dos amigos de infância, que tinham ficado na capital paulista, seu pai lhe deu um kart de presente.

“Não larguei mais e até hoje ando de kart sempre que posso. Fui campeão cearense duas vezes e ganhei o Campeonato Brasileiro nas classes Senior e Graduados A, além de ser pentacampeão da Fórmula-Ford do Norte e Nordeste”, orgulha-se.

Hybernon Cysne, que recebeu o nome de herança do avô paterno, alemão de nascimento, e o sobrenome português do pai, afirma que só pretende deixar o automobilismo competitivo dentro de, no mínimo, 10 anos. Hoje, na Fórmula-3 Sul-Americana ele enfrenta adversários como Nelsinho Piquet (16 anos), Danilo Dirani, de 19 anos, Zeca Cardoso (18 anos), Duda Azevedo (19 anos) e Daniel Landi (18 anos) entre outros jovens. Nada parece incomodar Hybernon, que mantém praticamente sozinho seu passatempo.

“Ando com essa molecada, com quem me dou muito bem, e levo dois décimos deles. Mesmo assim, sou o quarto colocado no campeonato e mantenho boa regularidade. Eles nunca me chamaram de vovô ou de titio, pois quando estamos juntos sou muito mais moleque do que eles”, se diverte Hybernon.

Ele afirma que seu principal problema não é ter mais do que o dobro da idade de alguns de seus adversários, mas a falta de tempo para treinar, pois assim que acaba a corrida tem de voltar imediatamente para o Ceará para dar sequência aos negócios, pois é dono de uma construtora em Fortaleza, a capital do Estado.

“Enquanto isso, os outros pilotos saem e vão treinar para conhecer as pistas. Já eu, tenho de ir para o trabalho, que depende de mim. Mas ainda vou ficar uns 10 dias treinando para pegar bem a mão do carro, pois essa molecada anda rápido, mas vira e mexe eles quebram ou batem. Enquanto isso, mantenho minha regularidade que me deixou bem no campeonato. Quem sabe não se repita o que aconteceu em 1986, quando fui campeão da F-Ford Norte e Nordeste sem vencer uma corrida sequer ?”, diz Hybernon que tem 44 pontos contra 75 do líder Duda Azevedo, 64 de Daniel Landi e 48 do argentino Ricardo Risatti.

O grande sonho de Hybernon Cysne seria vencer uma das duas corridas da rodada dupla programada para os dias 3 e 4 de agosto em Fortaleza. Aí, ele vai estar em casa para fazer uma grande festa.

Este texto foi escrito por: Milton Alves

Last modified: maio 29, 2002

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