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O fazer…


Campo alto do Aconcágua na Argentina: treino para grandes montanhas é… escalar e caminhar por muitas trilhas. (foto: Arquivo pessoal)

Terminei a última coluna falando sobre treinamento no caso, treinamento da técnica e não do meu físico. Mas hoje quero falar sobre treinamento físico que, absolutamente, odeio. Com todas as minhas forças…

Mas, então, como faço para escalar grandes montanhas por aí? Como vou dedicar minha vida a escalar alta montanha se não gosto de treinar? Os personal trainers de plantão que me desculpem, pois eu sei que musculação é fundamental, mas eu simplesmente escalo e vou para a montanha é assim que treino. É assim que me mantenho em dia com meu físico. Fazendo.

Sempre que possível, estou no meio do mato. Mochila pesada, trilhas íngremes e longas. Ou, então, mochila pesada e escaladas longas e fáceis, já que não sou uma exímia escaladora de rocha (lembrem-se do meu já conhecido e comentado medo de altura…). Ou, ainda, mochilas não tão pesadas e trilhas idem, mas um longo dia ao ar livre. Não importa a equação mochila/montanha. O importante, para mim, é estar fazendo. Estar naquele ambiente. E suar a camisa em visuais de tirar o fôlego mesmo que eu já tenha feito várias vezes a mesma trilha…

Experiência – Atualmente, com a experiência adquirida nos campeonatos de balão por aí, estou “arriscando” locais que não conheço munida de mapa, bússola e GPS, além de alguma descrição da trilha ou indicação de amigos. Se me perco? Claro que sim. Ainda bem… O tempo de prática faz com que eu não fique mais ansiosa ou desesperada com detalhes como me perder.

Sei que tudo relativo à minha segurança está na mochila que carrego às costas. No fundo, tudo isso só faz eu me apaixonar cada vez mais por nossas “selvagens” trilhas (há muito que fica cada vez mais difícil se perder nos Alpes, por exemplo, já tão bem marcado que se perder é quase impossível).

Lembro de quando comecei, em 1994, e fui fazer uma caminhada sozinha na região de Bariloche. Um guia local me disse que gostava de trilhas “naturais”, ou seja, que tinham troncos e árvores caídas no meio do caminho. O que mais temos são trilhas naturais… Que benção essa de ainda poder seguir caminhos com o uso de nossa preciosa sensibilidade! Aproveite enquanto é tempo e ajude a mantê-las assim…

Este texto foi escrito por: Helena Artmann