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O inesperado em meio ao Cerrado

Redação Webventure/ Destino Aventura

Nas dunas alaranjadas  lugar ideal para ver o pôr-do-sol (foto: Caetano Barreira/ Webventure/ FotoArena)
Nas dunas alaranjadas lugar ideal para ver o pôr-do-sol (foto: Caetano Barreira/ Webventure/ FotoArena)

“O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”. Esta frase de Euclides da Cunha, escrita em sua obra “Os Sertões” representa muito bem o que aconteceu a milhões de anos no Jalapão. Com altitude variando entre 200 e 400 metros acima do nível do mar, acredita-se que aquilo tudo tenha sido oceano, já que o solo arenoso faz parte de todo o sudoeste do estado do Tocantins.

A imagem predominante da região são chapadões e serras e a maior entre elas é a do Espírito Santo. Para conhecê-la vale a pena acordar cedo e se preparar para uma subida bem puxada de aproximadamente um quilômetro. Antes que você entre em exaustão, há estrategicamente colocados quatro banquinhos pelo caminho para poder descansar e contemplar a maravilhosa vista. Para aqueles que cansam fácil, os guias prepararam uma bebida poderosa, o “Jalapower”, que nada mais é que soro caseiro, limão e suco de caju bem gelado.

Com o pique reforçado fica mais fácil perceber a riqueza da flora na Serra e os chapadões a perder de vista da região. É possível também ver a Serra Geral, que faz divisa entre o Estado do Tocantins e o Estado da Bahia.

Pelo caminho é possível encontrar a Jalapa, planta que deu origem ao nome Jalapão, várias Canela de Ema, pés de Cajuzinho, de Maracujazinho do cerrado, a sugestiva planta Pau Doce, usada como abortivo pela comunidade local e a Vergantesa, que dizem por lá ser afrodisíaca.

Para os olhos – Ao chegar ao topo caminha-se mais três quilômetros em um terreno plano. A caminhada leva à outra extremidade da Serra. De lá a paisagem muda e as falésias enchem os olhos. O mais curioso, é que a força do vento quando bate no platô faz um barulho como se fosse oceano.

O processo de erosão da Serra deu origem às Dunas que foram formadas aos seus pés. De cor alaranjada, devido aos paredões de arenito de cor avermelhada, o vento traz as partículas da rocha, o dióxido de ferro, que acabam caindo nas dunas, deixando-as coloridas e diferente do que você jamais viu. Embaixo das dunas um pequeno córrego, com água rica em ferro é um refresco para os pés, já que sua profundidade não passa de 20cm.

O Jalapão também é chamado de deserto, não pelas suas características, mas pela sua densidade demográfica, umas das mais baixas do Estado com 0,8 habitantes por quilômetro quadrado. Daí a preocupação em mantê-lo intacto. Sensíveis à pisadas, quanto menor o número de visitantes na área, maior a chance de que essa maravilha da natureza dure para as próximas gerações.

A reportagem do Webventure viajou à convite do Sebrae-TO.

Este texto foi escrito por: Tricia Vieira

Last modified: outubro 14, 2009

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