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O perigo das botas de borracha

Estávamos indo para a Pedra do Baú, em Campos de Jordão. Ao chegarmos, pegamos a trilha do Bauzinho, pois de lá faríamos o rapel, saindo na trilha que inicia a via normal do Baú. Assim, começaríamos a escalada mais rápido.

Porém, ao chegar no Bauzinho, o rapel estava meio “congestionado”. Um grupo de turistas com umas 15 pessoas estava fazendo rapel. Decidimos que pegaríamos a própria trilha para o Baú.

Estranhas botas – Estávamos na volta da trilha do Bauzinho quando encontramos três pessoas, que, quando nos viram, pararam para fazer algumas perguntas. Um homem, um tanto velho, “liderava” o grupo, composto por mais dois adolescentes.

O que mais me chamou a atenção foi o calçado que os adolescentes usavam. Eram botas de borracha. Sabe, aquelas que você compra no supermercado, das que tem azul e vermelho, que vão até o joelho? Parece com aquelas que você usava quando tinha cinco anos de idade, nos dias e chuva.

Falta de zelo – “Dá prá subir aí?”, o “guia” perguntou. Eu, ainda espantado, perguntei: “Vocês vão subir pelas escadas, né?”. E o senhor respondeu:
“Não, nós vamos subir pela pedra.”

Sabíamos que quando eles chegassem para o rapel do Bauzinho iriam perceber e acabariam voltando, mas confirmamos a eles a possibilidade de subida.Ainda, antes de irem para a trilha, eu comentei:”Mas com essas botas não vai dar…”

O senhor respondeu: “É, já falei que eles vão ter que tirar essas botas.” Nos despedimos deles, e ainda desejei boa sorte (pois eles iam precisar) e fomos para a nossa escalada. Ao chegar ao topo, após umas três horas de escalada, ainda os avistávamos lá no Bauzinho.

Rapelamos e fomos embora, antes que acontecesse algum acidente com três pessoas que não tinham nenhuma condição nem de subir um barranco.

Este texto foi escrito por: Guilherme Oliveira