Paul da Epinephrine equipe campeã da EMA 2000 em ascenção com jumar. (foto: André Chaco / Arquivo Webventure)
Falta menos de uma semana para o início da maior corrida de aventura da América Latina, a Expedição Mata Atlântica 2001, em plena Amazönia. Mas em que parte da famosa floresta vai acontecer a corrida? Como será o desafio? Afinal, é uma prova brasileira ou internacional? Para colocar os internautas a par de tudo o que vai acontecer na EMA, preparamos esta reportagem especial.
A porção da floresta amazônica que os atletas do evento vão encarar fica no estado do Pará. Onde exatamente? Por enquanto, só quem sabe é o organizador da corrida, Alexandre Freitas que, desde o fim da EMA 2000, tem viajado constantemente para o estado, preparando a nova edição será a primeira vez que a prova com nome de Mata Atlântica acontece fora dela. Como é praxe nas corridas de aventura, o percurso só será divulgado um dia antes da prova, no último briefing. Só o que os atletas sabem, por enquanto, é que devem ir para Santarém, onde vai acontecer a reunião.
Brasileiros predominam – Estão inscritas 53 equipes na prova, vindas de 17 países algumas em conjunto com o Brasil – sendo 33 formadas somente por atletas nacionais. Todos vão começar na mesma categoria Expedição e, de acordo com os atrasos, poderão ser cortados para a categoria Aventura, em que o percurso é menor. Cada time tem quatro atletas. Numa ação também inédita na EMA, não há equipe de apoio. Os competidores têm de ser auto-suficientes. Ou seja, vão carregar na bike e nas costas todo o alimento e os equipamentos de que vão necessitar durante a corrida.
Estima-se que as equipes de ponta completem a edição em cinco dias. A prova segue até 1º de dezembro. A largada será neste domingo (25/11). A partir dali, serão percorridas áreas de floresta, cerrado, campos naturais, pastos e praias, grandes rios, com presença de vários igarapés. É esperado que a prova ocorra em ambiente com muita água e umidade: os rios são as estradas da população que vive na região da floresta. Além disso, haverá muita lama e charcos por todo o caminho em terra.
Água – Neste cenário, a canoagem está entre as atividades que devem ter maior espaço na prova. Os atletas vão remar nas mesmas embarcações usadas pelos moradores locais. É exigido dos competidores comprovar a capacidade de realizar resgate em águas brancas e habilidade com caiaques infláveis em corredeiras de nível III (a dificuldade aumenta a cada número). O responsável pelas atividades em água é Betinho, da Federação Paulista de Canoagem.
A orientação será outra disciplina bastante exigida na corrida, por isso também é necessário que os atletas comprovem que sabem usar mapas e bússola. Um dos integrantes de cada equipe também deve ter feito um curso de primeiros socorros.
Completam o quadro de modalidades desta EMA 2001 (veja links desta matéria, abaixo) a natação, o mountain bike e as técnicas verticais, coordenadas pelo tenente Renato de Natale Jr.
Para o mundo – Tendo cada vez mais um caráter internacional, o evento brasileiro está dentro do Circuito Mundial de Corridas de Aventura 2001. Ao todo, estão em jogo R$ 100 mil em dinheiro e R$ 30 mil em bônus de inscrição em outras corridas.
As duas melhores equipes participantes da EMA 2001 serão convidadas para o Discovery Channel World Championship Adventure Race. O time campeão ganhará inscrição para a edição 2002 da prova, além de uma ajuda de custo patrocinada pela Discovery Channel no valor de, aproximadamente, R$10 mil, e inscrição gratuita para o The Beast of the East, nos EUA. O segundo colocado será convidado a participar do campeonato mundial, tendo de arcar com despesas de inscrição, transporte e estadia.
EMA 2001 – programação
Trekking e Orientação
De acordo com a organização do evento, o trekking será o ponto alto da EMA 2001. “As equipes passarão por áreas de florestas tropicais inexploradas pelo homem, com árvores centenárias e uma fauna selvagem”, indica o site (www.ema.com.br) que dá as orientações aos competidores.
Entre os equipamentos obrigatórios estão kit de primeiros socorros, GPS (fornecido pela organização e entregue sem pilha), duas bússolas, um altímetro, uma faca (com lâmina de 30cm no mínimo e 40cm no máximo), dois mosquetões com rosca, 12 light sticks no total (cores verde ou amarelo) e dois cabos de resgate.
Mountain bike
As equipes irão pedalar em single tracks e estradas de terra. “Não serão necessárias grandes habilidades”, indica a organização. São obrigatórios capacete, lâmpada estroboscópica vermelha e lâmpada para iluminação frontal e/ou lâmpada de capacete.
Técnicas verticais
Possivelmente a prova terá um rapel e uma atividade de ascenção. Cada atleta deverá levar uma cadeirinha, um capacete de escalada, um rack, ATC ou similares, três mosquetões com rosca, fita e luvas para rapelm entre outros equipamentos.
Canoagem
Numa das etapas, as equipes vão remar canoas locais. Em outra, usarão caiaques infláveis (ducks). Os atletas remarão em rios de água escura e barrenta, como o Amazonas, e outros de águas claras. Para a segurança dos participantes, o colete salva-vidas e um apito são itens indispensáveis, mesmo que todos saibam nadar.
Natação
O detalhe nesta modalidade é que os times vão atravessar várias áreas de águas profundas. É obrigatório que todos competidores saibam nadar. Outra vez os coletes salva-vidas e o apito estão entre os itens exigidos. Não há necessidade de roupa especial pois, segundo a organização, a água tem temperatura agradável.
Além de carregar os equipamentos obrigatórios para cada modalidade, os participantes vão levar consido os objetos de acampamento e um telefone por satélite para pedir o resgate – que desclassifica a equipe – em caso de emergência.
Clique aqui e leia a coluna em que Alexandre Freitas, o organizador da EMA, comenta o projeto social que vai integrar atletas e as comunidades da região envolvida pela prova. Entre os dados destacados por ele, estão a participação de 600 locais no evento, gerando empregos diretos e indiretos. A principal ação social será a doação de medicamentos genéricos pelas equipes inscritas na corrida. E o Projeto Praia Limpa, em Santarém.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira