Correr no horário da manhã é o mais interessante para muitas pessoas. Acordar cedo, colocar a roupa e ir para as pistas é comum e algumas vezes não há tempo ou vontade de tomar o café da manhã. Assim, a corrida em jejum é um assunto polêmico e mexe com as planilhas de diversos corredores, já que enquanto alguns conseguem treinar bem sem comer, outros chegam até a passar mal.
Para nos mantermos ativos durante uma corrida o corpo precisa manter a glicemia e fornecer energia para o treino, com isso para que o sistema nervoso tenha energia e a pessoa não passe mal, poupa-se a utilização da glicose e passamos a utilizar proteína e gordura como fontes de energia. Isso parece bom, mas nessas situações o rendimento do atleta pode cair.
Segundo o professor doutor em Fisiologia do Exercício, Ricardo Zanuto para atletas que buscam performance o treino em jejum não é recomendado. O corpo precisa de carboidratos para ter energia e se o atleta não comeu nada, o organismo busca de outras fontes como a gordura, até aqui as pessoas podem pensar que isso é bom. Mas não é, pois além da gordura o organismo vai utilizar a proteína fonte de energia, o que não é nada benéfico, diz.
Para correr o organismo precisa de percentuais diferenciados de cada um dos nutrientes, sendo eles os carboidratos, proteínas e gordura. Se você treinar em jejum possivelmente terá um nível de glicose no sangue mais baixo, o que é um estágio inicial da hipoglicemia. Isso pode comprometer o rendimento na corrida e, principalmente, a sua saúde, explica.
Porque algumas pessoas não se dão bem correndo em jejum?
Justamente pelo motivo da pouca glicose no sangue, causando uma falta de energia no sistema nervoso, explica Zanuto. Já em alguns casos o processo de manutenção da glicemia acontece de forma eficiente, não a deixando cair, por isso existem pessoas que não chegam a passar mal.
Treino em jejum X Emagrecimento
Para queimar gordura precisamos de carboidratos, tanto é que dizemos que a gordura queima em uma chama de carboidrato, porém quando uma pessoa treina em jejum o corpo utiliza a proteína para substituir o carboidrato. Com essa prática o atleta perde músculo e como consequência acaba perdendo força e resistência, diz.
Estudos mostram que, por mais que as enzimas responsáveis pela retirar a gordura do tecido adiposo aumentem em jejum, não aumenta a oxidação (queima) da gordura. Portanto, essa pratica não é recomendada.
Em termos de benefícios poderíamos dizer que a utilização da gordura como fonte de energia faz bem, mas se o atleta opta por esse tipo de treino sabendo que irá perder massa muscular, ele jamais poderá fazê-lo sem a consultoria de um profissional da nutrição esportiva, para minimizar a queda da musculatura, explica.
Este texto foi escrito por: Christina Volpe
Last modified: fevereiro 25, 2017