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Oberdan Reis escreve sobre os problemas do Baja

A dupla Oberdan Reis e Daniel Gonçalves venceu o Prólogo e o Super Prime da terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Cross-country, o Baja Balneário Camboriú, mas o resultado foi desconsiderado pela organização em conjunto com a Confederação Brasileira de Automobilismo. O piloto Oberdan Reis enviou um manifesto por meio de sua assessoria de imprensa para o grupo de e-mail das equipes de Cross-country, que segue publicado na íntegra abaixo:

“Não é novidade para ninguém que existem diferenças entre equipes de fábrica e equipes independentes. Não apenas na infra-estrutura, parte financeira e carros, falo do tratamento privilegiado recebido pelos pilotos durante as competições. Somos competidores com adrenalina nas veias e temos prazer em correr, mas antes de adversários nas trilhas, somos todos pilotos e certamente, sem a nossa participação não haveria provas.

Acredito que o talento e profissionalismo deveriam ser reconhecidos, independente de rótulos, patrocínios ou equipe que esteja. Mas é público e notório nos bastidores do Cross-country que as equipes de fábrica detêm um poder de opinião maior que as equipes independentes, que geralmente não conseguem fazer valer seu ponto de vista diante dos organizadores. Cheguei a presenciar um piloto vencer no grito, desrespeitar os dirigentes da prova e conseguir impor seu pedido devido ao seu favoritismo. E senti isto mais na pele ainda, quando no sábado, fui o mais rápido do Prólogo e depois venci o Super Prime em vão.

Problemas com cronometragem e segurança são itens que todos, sem exceção, estamos reivindicando desde o Terra Brasil, mas isto não justifica invalidar o Prólogo e definir o grid de largada através de um mero sorteio. Como relatado pela Adventure Eventos, a cronometragem era apresentada praticamente em tempo real. Fui o maior ou o único prejudicado neste incidente. Se a intenção era fazer apenas um show para o público, as equipes deveriam ser previamente avisadas. Além de largar na nona posição no domingo, desgastei o meu carro sem necessidade, e os que não possuem patrocínio sabem que nosso prejuízo é bem maior neste sentido. Foi garantido publicamente no briefing pelo Sr. Ricardo Costa (comissário da CBA) que meu ponto no Super Prime estava certo, mas agora invalidam também o Super Prime?

Faço parte do restrito grupo de equipes independentes que corre todas as etapas do campeonato brasileiro, por isto, fiquei indignado com a falta de respeito para com minha equipe e com certas “regras” impostas que privilegiam uns e prejudicam outros. Reconheço que há pilotos mais rápidos do que eu, como carros mais potentes também. Mas pago a mesma inscrição, dou passagem quando for necessário e procuro cumprir os regulamentos. Que regras são estas que não valem para todos? Até na Largada Promocional os carros estavam posicionados de forma a privilegiar equipes e pilotos, que nem no campeonato ou na prova, se encontravam na liderança.Como meu descontentamento era visível, os organizadores permitiram que eu largasse na frente para amenizar a situação.

Fico na torcida para que este cenário seja modificado, como também as falhas na organização do evento e demais problemas (com empresas de cronometragem, segurança, atrasos, distribuição antecipada de mapas de localização para os pilotos, entre outros) sejam solucionados para que todos possam continuar competindo de igual para igual”.

Oberdan Reis
Equipe Fort Rally Team

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Este texto foi escrito por: Oberdan Reis, da equipe Fort Rally Team, piloto de Cross-country