Spinelli e Vívolo foram os primeiros brasileiros nos carros (foto: Donizetti Castilho / www.webventure.com.br)
Direto de Mendoza – Se os competidores do nono Rally por las Pampas pensaram que teriam uma folga depois de enfrentarem 653,37 quilômetros de especiais na segunda etapa, se enganaram. Os 307,10 quilômetros desta sexta-feira escondiam dunas gigantes, que deram trabalho para os brasileiros, tanto nas motos quanto nos carros.
Dimas Mattos, da equipe ASW Racing Team, estava se saindo bem, até que a ignição de sua moto quebrou. Por sorte, o piloto tinha uma peça para reposição no bolso, deitou a moto na dunas fez a troca ali mesmo. Fiquei bravo e feliz ao mesmo tempo. Estava me divertindo na descida das dunas quando a ignição queimou. Como este problema costuma acontecer, lembrei que tinha uma peça no bolso, deitei a moto, abri o motor e troquei ali mesmo, disse Mattos, que foi o 16º do dia e está em oitavo na geral.
O francês Ludovic Boinnard, que faz parte da equipe de Mattos, viu o amigo com a moto deitada nas areias e parou para ajudar. Mattos falou para ele ir embora, que resolveria tudo sozinho. O Ludo saiu com tudo e jogou areia pra todo lado. Deitei em cima da moto para não entrar mais areia no motor, contou Mattos, que ficou feliz com o bom desempenho do outro piloto da equipe, José Hélio, que foi o quarto do dia.
O também francês David Casteu foi o vencedor do dia, seguido pelo espanhol Marc Coma e pelo chileno Francisco Lopez.
José Hélio foi o primeiro piloto brasileiro de moto a chegar em Mendoza nesta sexta-feira. Enquanto seu tempo foi de 4h26min56 segundos, a primeira dupla nos carros, Guilherme Spinelli/Marcelo Vívolo, do Mitsubishi Racing, concluíram os 307,10 quilômetros de especiais em 6h47min54s. Os vencedores da etapa nos carros foram os franceses Luc Alphand/Gilles Picard, com tempo de 3h35min26s.
Apesar da diferença de tempo em relação aos carros oficiais ter sido ampliada na etapa de hoje, conseguimos mais uma vez concluir uma prova que apresentou condições dificílimas, com dunas enormes e fofas, explicou Guilherme Spinelli após a prova. Viemos para cá dispostos a aproveitar a oportunidade como preparação e aprendizado e cada etapa concluída nos aproxima ainda mais deste objetivo.
A outra dupla da equipe Mitsubishi brasileira está fora do rali. Depois de transpor as dunas, Maurício Neves e Clécio Maestrelli bateram forte no final do segundo trecho de especiais. Ambos foram levados para o hospital, não tiveram maiores complicações e passam bem.
As duas duplas do Chevrolet Rally Team conseguiram sair da trilha, mas Marlon e Joseane Koerich, que ficaram sem a tração 4×4, perderam seis horas para passar as dunas e não completaram a etapa. Já Luís Tedesco e Rogério Almeida, apesar da inexperiência do piloto em dunas, se saíram bem e chegaram em sexto lugar.
Este rali está sendo um aprendizado. Só quem está aqui escutando o depoimento dos campeões do Dakar, sabe como a prova está dura. Nossos pilotos andaram em tipo de dunas que nunca tinham visto, atolaram várias vezes, mas conseguiram sair. O importante é que estamos com as duas S10 na prova, independentemente da colocação, queremos chegar a Iquique, disse Luís Haas, diretor esportivo do Chevrolet Rally Team.
Neste sábado, os competidores do Por las Pampas Rally deixarão a Argentina por Mendoza, cruzarão a Cordilheira dos Andes e chegarão na capital chilena, Santiago, onde na parte da tarde, participarão de um super prime, em circuito fechado, dentro da cidade. Serão no total 341,91 quilômetros, com 93,36 de trechos cronometrados.
Este texto foi escrito por: Fábia Renata