
Rosa dos Ventos se prepara para a largada (foto: Arquivo pessoal)
O relato exclusivo da Odisséia Pernambuco, segunda maior corrida de aventura do Nordeste, pelos campeões da Rosa dos Ventos – NE.
Nossa aventura no Odisséia Pernambuco começou quando saímos de Natal (RN) na tarde de quinta-feira, dia 7 de dezembro, em direção à 16ª Cia Eng. E Cmbt, localizada em Belo Jardim, município de Pernambuco. Chegamos ao local por volta das 22h e o briefing já havia começado. Recebemos as instruções um pouco depois e a carta da região, com escala de 1:100000.
A prova tinha um percurso de 190 km, dividida em 16 Postos de Controle e cinco Áreas de Transição, as modalidades eram mountain bike, trekking, escalada em corda fixa e rapel, orientação e travessia de rio. O terreno, pelo que podíamos ver na carta, era de muito relevo, o que facilitava a orientação devido às curvas de nível serem bastante acentuadas. Já que a carta era de 1:100000 esta era uma das maneiras de se localizar na região.
Fomos descansar um pouco às 4h30 e o café da manhã já era às 6h.
A largada aconteceu pontualmente às 8h daquela sexta-feira, com trecho de aproximadamente 45km de bike até o PC1/AT1, onde mudamos a modalidade para trekking. Até o PC4 foi muita pirambeira e muito calor – muitas equipes já tinham solicitado os socorros do GABS (Grupo de Apoio em Busca e Salvamento- PB, voluntário e, diga-se de passagem, com excelentes e capacitados profissionais)).
Embolados – No PC4/AT2 voltamos às bikes e percorremos um trecho de cerca de 35km até o PC6, onde quase todas as equipes estavam perdidas. Até então, estávamos sempre entre as três equipes de ponta. Ao chegarmos naquele local encontramos os times que estava na nossa frente e iniciou-se uma batalha infernal pela primeira colocação. Como não houve jeito de nenhuma equipe encontrar a trilha que daria na Pedra do Cachorro, onde faríamos o rapel, todos decidiram dormir e continuar pela manhã.
No sábado, muito cedo, todos já estavam correndo na direção correta, onde houve nova largada. A trilha era muito técnica e exigia perícia, conhecimento e principalmente uma boa bike. Várias equipes perderam tempo concertando pneus furados e peças quebradas. A Neblina, por exemplo, formada pelos organizadores do Desafio Costa do Sol, teve seis pneus furados num só percurso. Já a Terra de Santa Cruz precisou se deslocar para o município de Caruaru para comprar um cubo de uma das bikes.
Graças aos cuidados que tivemos antes da competição, não tivemos problema algum com nossas bicicletas. Chegamos em primeiro lugar no rappel e ganhamos uma grande vantagem sobre as outras equipes. Soubemos que quase todas já tinham pedido auxílio ao resgate e que as únicas que ainda estavam no páreo eram a Chivunki/Carcará e a Neblina.
Para buscar a vitória – Montamos então uma estratégia para manter a liderança e administrar aquela vantagem. Depois do rapel, seguimos de bike até o AT3 onde passaríamos para o trekking novamente. Ao chegarmos naquele AT, subimos em single trekking até o PC 12, que estava na barragem de Santana – um trechos mais bonitos. Depois de encontrarmos o PC 12 ficamos sabendo que a menos de 30 minutos estava a Chivunki. Para ganharmos a corrida teríamos de dar tudo de nós naquele último dia.
A solução foi imprimir um ritmo pesado de trekking. Acompanhados pela equipe não-mista Kamikase, do Tenente Cássio, e fizemos uma média de 6km/h numa região de subidas e descidas bastante acentuadas. Quando chegamos ao PC13, não paramos sequer cinco minutos para descanso: foi carimbar o passaporte se sair no mesmo ritmo.
Próximo ao PC14 iríamos para a travessia de rio, mas ficamos sabendo que a prova iria acabar ali e que só existia uma equipe atrás de nós. Então diminuímos nosso ritmo e, após aproximadamente 5 horas de trekking, chegamos ao fim da linha. A nossa distância para o segundo colocado foi muito grande e chegamos inteiros e sem nenhuma baixa. Acho que isto se deve principalmente a uma estratégia bem montada, treinos intensos e espírito de equipe, principalmente. E também por termos sido a única equipe mista a não ser atendida pelo GABS e ao acompanhamento da nutricionista esportiva Fátima Paiva.
A classificação final da prova foi a seguinte:
Equipes Mistas
1) Rosa dos Ventos – NE
2) Chivunki/Carcará
3) Equipe Neblina
Equipes não-mistas
1) Castor Dez
2) Kamikase
3) 14 Bis
Aproveitamos para parabenizar os diretores do evento (Sergio Britto e Wan), que realizaram uma prova fantástica, muito difícil e com um dos visuais mais lindos que já vimos. Obrigado ainda aos fiscais de PC’s e AT’s, ao GABS e à 16º Cia de Eng e Cmbt. Como prêmio, ganhamos a inscrição para o Desafio Costa do Sol 2001. Antes, haverá a Expedição Carcará, em 17 de fevereiro de 2001. Até lá!
A equipe Rosa dos Ventos Nordeste é formada pelo capitão Karim Salha, Véscio Paiva, Jailton Castro e Renata Rocha.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: dezembro 18, 2000