O circo do Rally Internacional dos Sertões foi montado pela última vez neste ano em Fortaleza/ CE. Foram 5.000 km de trilhas e muita aventura, cruzando os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí e Ceará.
A oitava edição entrou para a história como a mais importante já realizada. De início, houve um recorde de participantes: 92 duplas de carro, 74 motos e dois caminhões. Como novidades, o rali apresentou uma especial (trecho cronometrado) de 500 km, pelo deserto do Jalapão/ TO, típica de Paris-Dakar, onde os competidores puderam vivenciar a dificuldade extrema para conseguir completar a etapa de 500 anos (em homenagem ao aniversário do país). Não faltaram casos de quebra dos veículos ou erro de navegação. Aliás, a navegação por GPS (Global Position System) fora inédita no Sertões.
Fatalidade – Também pela primeira vez na história, a edição ficou marcada com o acidente fatal do piloto cearense Paulo Roberto Salles, no deslocamento da quarta etapa (563 km de Cabeceiras-GO a Alto Paraíso de Goiás-GO). Paulo Roberto Salles, da equipe Troller (168 TTD), faleceu após a batida do carro na traseira de uma carreta. Com relação ao Betão é uma grande tristeza. Só o tempo vai fazer a gente se acostumar com a idéia de não ter o Betão com a gente. Família Sertões perdeu um filho, mas ela continua sua viagem, seu caminho, desabafou Marcelo Zebra, comentarista exclusivo da Webventure.
Guerra de marcas – Mas a principal mudança foi a profissionalização das equipes. Grandes marcas de carros (Chevrolet, Troller e Mitsubishi, entre outras), montaram uma estrutura invejável com mais de um veículo competindo, suportado por um time de mecânicos, massagistas e até cozinheiros. Agora já entramos na era profissional. O Rally dos Sertões deixou de ser um raid de elite. As equipes estão provando isso, investindo muito dinheiro, comentou Luis Tedesco, navegador de Édio Fuchter (118 Chevrolet Team), campeões entre os carros.
Para Marcos Ermírio de Moraes, idealizador e diretor da prova, a guerra das marcas é sadia para o crescimento da competição. Sem dúvida foi um rali duro, difícil. E a disputa das marcas é muito salutar ao evento porque enriquece e deixa a prova mais competitiva do que já é.
Balanço – No balanço geral foi um rali maravilhoso. A organização, ano a ano, vem melhorando. Tem muita coisa ainda para melhorar, mas a Dunas vem cada vez mais se aprimorando, colocando novas tecnologia, pessoas mais competentes, finalizou Zebra. A próxima edição ainda está bem longe, porém promete ser mais acirrada. Para 2001, os pilotos poderão esperar um Sertões mais profissional e competitivo, concluiu Marcos Ermírio.
Este texto foi escrito por: Andre Pascowitch