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Oito brasileiros estão inscritos no Las Pampas

Redação Webventure/ Offroad

Os quatro representantes brasileiros em 2002: Zé Hélio  Iguana  Fabrízio e Marcos Moraes. (foto: Gustavo Mansur)
Os quatro representantes brasileiros em 2002: Zé Hélio Iguana Fabrízio e Marcos Moraes. (foto: Gustavo Mansur)

Direto de Córdoba (Argentina) A última participação brasileira no Por Las Pampas Rally, etapa sul-americana do Mundial Cross-Country, foi em 2002. Naquele ano o rali argentino foi excepcionalmente realizado no Chile. A crise que tomou conta da Argentina em 2002 tornou impossível a captação de recursos o que forçou os organizadores a negociarem uma primeira parceria com o país vizinho.

O rali teve como ponto alto as etapas realizadas no Deserto de Atacama. Uma longa especial na região conhecida como Mar de Dunas, entre a cidade de Copiapó e o Oceano Pacífico.

Este ano, participam do rali novamente só os pilotos de motos brasileiros, como Marcos Moraes e Zé Hélio que já estiveram na edição de 2002, e também Dimas Mattos (que esteve machucado em 2002 e não pode comparecer), Ramon Volkart, Carlos Eduardo Ambrosio e Sylvio Alves de Barros Neto. Em quadricilo estão sendo esperadas a presença de Carlo Collet e Robert Nahas, mas eles ainda não estão em Córdoba.

José Hélio, Flávio “Iguana” Caravalho, Fabrício Bianchini e o organizador do Rally Internacional dos Sertões Marcos de Moraes foram os brasileiros que se aventuraram a cruzar a Cordilheira dos Andes para competir no Chile entre as motos. Em 2002, o Rally Las Pampas ainda não valia como etapa da FIM. Mesmo assim, dois pilotos oficiais KTM participaram do rali: o chileno Carlo De Gavardo (YPF KTM), e o francês Cyril Despres (Gauloises KTM).

O favorito era De Gavardo, afinal as duas principais etapas seriam realizadas na região onde o chileno realiza todos os anos sua preparação para o Dakar.

Recém recuperado de um acidente que o impediu de participar do Sertões 2002, José Hélio chegou a surpreender no prólogo realizado no primeiro dia superando os pilotos oficiais KTM. Mas já a partir da primeira etapa o domínio foi do francês Cyril Despres, seguido de perto por De Gavardo.

Exatamente na etapa realizada no Mar de Dunas, De Gavardo sofreu um sério acidente ao cair em uma gigantesca valeta em uma região pedregosa do Deserto de Atacama. O acidente não só tirou do chileno o sonho de vencer uma etapa do Mundial em sua terra, como o impediu de participar do Dakar 2003.

Na mesma especial o brasileiro Fabrício Bianchini passou por momento difíceis quando o motor de sua moto quebrou em meio as gigantescas dunas do Atacama. Sem saber que a organização chilena havia deixado o resgate por conta das equipes de apoio, o brasileiro esperou todo o dia em pleno deserto certo da chegada de um carro da organização fechando a trilha. Só ao entardecer, o piloto percebeu sua situação de abandono e entrou em desespero. Foram 13 horas de pânico, até ser resgatado por Marcos de Moraes que decidiu partir no meio da noite para o Deserto ao descobrir que os chilenos não se responsabilizariam pelo resgate de Fabrício.

A falta de estrutura e experiência dos chilenos ficou evidente não só na falta de resgate, mas também durante as longas especiais. A falta de infra-estrutura para fechar os trechos cronometrados levou a várias situações de perigo entre os competidores de carros. Em 2002, a OTTA (Organizacion Todo Terreno Argentino) apenas cuidou da parte técnica da prova.

Este texto foi escrito por: Cristina Degani

Last modified: outubro 30, 2004

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