Jean e sua moto KTM semi-oficial de 200kg. (foto: Ricardo Ribeiro/Vipcomm)
O piloto Jean Azevedo teve vida fácil no Rally Paris-Dakar 2004 somente nos três primeiros dias de prova. Após as etapas na Europa, ele começou a sentir dores insuportáveis no ombro direito, que o obrigaram a fazer uma ampla alteração na estratégia.
“O local começou a doer demais quando cheguei ao Marrocos”, explicou Jean Azevedo, na tarde de hoje, em uma churrascaria em São Paulo. “Enquanto estive na França e na Espanha, não senti nada. Até porque as especiais eram curtas e não havia a necessidade de acelerar muito.”
Porém com a entrada do Paris-Dakar no deserto, as coisas deram uma reviravolta para o brasileiro. Os longos trechos cronometrados e o peso de sua moto semi-oficial da KTM (em torno de 200 quilos) minaram o ombro direito de Jean – a contusão aconteceu na metade do ano passado, quando ele caiu durante o Rally dos Sertões e teve de passar por uma cirurgia.
Com o passar dos dias em direção a Dakar, a dor se estendeu para todo o braço. E Jean não foi mais capaz de segurar o guidão do lado direito. “Aí fui obrigado a diminuir a velocidade. Tive que mudar a estratégia e abri mão do sonho de terminar entre os três primeiros”, lamenta.
Somente numa velocidade menor o piloto conseguia conduzir a moto. Ainda assim, passava por sustos. “Cheguei a sofrer um tombo por causa da falta de força no braço”, admite Jean, que não sofreu maiores conseqüências com a queda pois estava lento.
Retrospectiva – Após dois meses de recuperação da cirurgia, quando sequer pôde treinar, Jean Azevedo iniciou com atraso a preparação para o Paris-Dakar. “Os treinos ficaram prejudicados por causa do ombro”, reconhece.
Enquanto testou a moto no Brasil, Jean nada sentiu e se entusiasmou com a possibilidade de estar 100% para o início do rali, em Clermont Ferrand, na França. “Mas nos treinos que fizemos no Chile, o ombro começou a doer e fiquei preocupado”, lembra o piloto.
Este texto foi escrito por: Webventure