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Onde a Amazônia se parece com o Jalapão


CANP o núcleo pioneiro de reforma agrária. (foto: Gustavo Mansur)

Monte Alegre (PA) – A EMA 2001 está tendo a chance de conferir de perto algo que os ecologistas alertam há anos: a Amazônia pode virar um deserto. As inúmeras queimadas que assolam a região deixam para trás um terreno frágil e arenoso, que muito lembra a região do Jalapão, no Tocantins, conhecido como o deserto brasileiro.

Após a queimada, o solo abandonado acaba se transformando em um terreno arenoso, com pouca vida. Nascem pequenas palmeiras e arbustos que abrem espaço para que o solo tente se recuperar ao longo dos anos dos efeitos da queimada. Geralmente não há tempo para que esta recuperação aconteça, logo vem outra queimada que destrói ainda mais o solo.

Na região de Monte Alegre, principal cenário da EMA 2001, este processo de destruição se desenrola há anos. Em 1927, foi instalada a primeira experiência de Reforma Agrária na região, a segunda no Brasil. Fundou-se o CANP (Colônia Agrícola Nacional do Pará), um núcleo de ocupação da região, onde foram distribuídos lotes a pequenos agricultores. Até hoje no vilarejo que se tornou o CAMP pode-se encontrar antigos funcionários do INCRA que ficaram na região.

Ato de proteção – Perto dali, a pesquisadora norte-americana Ana Roosevelt encontrou em 1992 pinturas rupestres, herança dos habitantes pré-históricos do local. As pesquisas acabaram levando à criação do Parque Estadual de Monte Alegre, em 1999. A intenção é preservar as pinturas rupestres da Serra do Ererê e da Serra da Lua. “São pinturas com mais de 11.500 anos, segundo a datação do carbono 14 feita pela Ana Roosevelt”, comentou Francisco Lima, secretário de turismo e meio-ambiente de Monte Alegre.

No Link “A Amazônia”, saiba mais sobre o meio ambiente local.

Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur