Em 1997 o Exército, em conjunto com Força Aérea, realizou mais uma Operação Neblina que consiste no treino dos novos pilotos para transporte e lançamento de tropa e suprimento pelo ar.
Saímos do Rio por volta das 21h num C-115 Búfalo, atingimos altitude de cruzeiro e partimos em direção à Tatuí(SP). Durante a viagem, a tropa tentava se entreter de todas as maneiras possíveis, pois havia uma grande tensão. Como precursores, saltaríamos pela primeira vez numa zona de lançamento desconhecida, de noite e com inúmeros equipamentos.
A primeira equipe saiu numa outra cidade do interior de São Paulo que eu não me lembro o nome e alguns minutos depois saltaríamos eu e minha equipe na ZL de Tatuí. Às 22h15 mais ou menos chegamos e vimos o quadrado luminoso. Corrigimos a aeronave e saltamos. O salto era armado e equipado e eu trazia uma mochila americana de grande capacidade, adaptada para o salto livre, portanto presa às minhas pernas na parte de trás.
O salto era semi-automático e pela porta (normalmente os saltos realizados no C-115 são feitos pela rampa de carga), foi jangal. Devido ao peso dos equipamentos e é claro depois do brado de precede, abandonei o Búfalo num mergulho no infinito. Vento forte, corrigi meu pára-quedas colocando-me de vento de nariz e prossegui na liberação do equipamento.
Qual não foi a minha surpresa ao aterrar, vento forte arrastando o precursor. Resultado: tive que desconectar, mas o pessoal do Batalhão Dompsa trabalhou rápido e recuperou o velame. Passamos a noite numa matinha que havia por perto e só no dia seguinte continuamos os trabalhos.
Este texto foi escrito por: Leonardo Rogério
Last modified: maio 15, 2002