Equipe na perna de trekking (foto: David Santos Jr./Brasil Wild)
Segundo o diretor de prova Júlio Pieroni, a segunda etapa do Brasil Wild 2006 atingiu a sua meta. A competição, que aconteceu de 15 a 18 de junho, na Serra da Canastra (MG), contou com a participação de 35 quartetos mistos, dos quais 17 completaram a disputa. A equipe paulistana SOS Mata Atlântica venceu a corrida de 219,32 km com 33 horas e 38 minutos de tempo de prova.
Em entrevista ao Webventure, Pieroni explica a concepção da prova e do circuito e fala um pouco da terceira e última etapa do campeonato. Além disso, o organizador ressalta a importância da modalidade navegação nas corridas de aventura e do bom e velho espírito de equipe.
Webventure – Você acha que a segunda etapa do Brasil Wild 2006 cumpriu o seu papel?
Júlio Pieroni – Acho que sim. Foi uma prova muito especial, bem dinâmica, com um percurso bonito, técnico, inteligente, com orientação de alto nível e várias opções de caminho.
Para a organização, deu tudo certo. Nos propusemos a fazer uma corrida de aventura de nível internacional e conseguimos. O que foi muito difícil, pois há uma logística complicada que questiona até que ponto se deve expor os competidores. Fomos fundo no conceito de corrida de aventura de porte médio.
A proposta do Brasil Wild é explorar, mostrar o país. Nossa idéia não é realizar o que todo mundo faz. Montamos provas em que as equipes boas e as medianas conseguem terminar. Para esta etapa, a nossa meta foi montar um percurso diferenciado com uma boa mescla das modalidades.
Webventure – Como surgiu a idéia de optar por uma navegação com diversas possibilidades?
Pieroni – É interessante valorizar a orientação e fazer com que os atletas escolham entre mais de dois caminhos. Para explicar o que é uma corrida de aventura, muitos falam que é mais ou menos um triathlon no mato. Mas, na verdade, não é isso. A grande diferença entre ambos é a navegação. Ela é crucial, é o que faz ganhar a prova. Nós, da Brasil Wild, sempre tentamos atualizar todos os caminhos possíveis do mapa, o que é muito trabalhoso já que você pode atualizar um só e pronto.
Tenho certeza que os competidores pensaram muito nesta disputa. A SOS Mata Atlântica me disse que estudou o mapa por 40 horas e que não teve tempo para pensar na última modalidade.
Webventure – A navegação derrubou a maioria das equipes?
Pieroni – Sim, é o que fez a diferença nos tempos de colocação. Não foi uma orientação difícil de chegar ao posto de controle, mas sim, na escolha do melhor caminho. Tanto que ninguém se perdeu (até aproximadamente às 21h30 do dia 16 de junho).
A questão era qual é o melhor caminho, o mais rápido, o que trazia o melhor esforço X benefício. A navegação é tudo e qualquer atleta experiente vai afirmar isso. A SOS Mata Atlântica liderou a competição desde o começo. Da largada até o PC1, ela fez a melhor rota, do PC1 para o 2 também e assim sucessivamente.
Webventure – A terceira e última etapa acontecerá de 2 a 3 de setembro, em Ilhabela (SP)? A perna de canoagem oceânica será realizada?
Pieroni – Vamos mudar a data pois haverá uma outra corrida, no entanto, a etapa será em setembro. Como vice-presidente da Associação Paulista de Corrida de Aventura (Apca), acho importante administrar o calendário.
Tecnicamente, a vela oceânica já está viabilizada, só falta resolver a questão financeira. Dependemos de um patrocínio para fazer esta perna, que custa em torno de R$ 40 a 45 mil para.
Webventure – A terceira etapa terá quantos quilômetros?
Pieroni – Terá o formato de um final de semana com aproximadamente 150 km. O circuito do Brasil Wild tem sido assim: duas etapas de 24h, que, na verdade, acabam tendo 30 horas de prova e uma como a etapa Carmo do Rio Claro, Guapé e Capitólio, que pega quatro dias.
Webventure – O que os corredores podem esperar da final?
Pieroni – Por uma competição difícil de acabar e que exigirá inteligência, estratégia, orientação e técnica. Às vezes, vejo atletas que não completam a prova não por questões físicas ou de navegação, mas sim, por não possuir um team work legal. Há casos em que os corredores mais fortes vão na frente e ficam esperando os integrantes mais fracos. Estes competidores têm de entender que eles não precisam andar mais rápido, mas sim, fazer a equipe correr mais rápido.
Este texto foi escrito por: Debora de Lucas
Last modified: junho 21, 2006