A Adventure Fair de volta à Bienal (foto: Divulgação)
Sérgio Bernardi é diretor da Promotrade, empresa responsável pela Adventure Sports Fair. Junto com Sérgio Franco, ele criou a feira há 14 anos e agora retorna para a organização direta do evento aventura, depois de 4 anos afastado por conta da Running Show.
No último ano, a Adventure Sports Fair aconteceu no mesmo espaço que a Brazil Sports Show e a Running Show, mas esse formato foi desfeito. Em entrevista ao Webventure, Bernardi explicou essa mudança, comentou os motivos para a alteração de data, de agosto para abril, além de adiantar novidades para a edição de 2012.
Por que aconteceu a separação das três feiras? A experiência do ano passado não deu certo?
Quando nós realizamos a Adventure em conjunto com a Sport Show, acreditamos em uma possível sinergia que vinha acontecendo entre os esportes. Mas, acabamos recebendo uma série de e-mails com reclamações dos visitantes da feira, que não gostaram da mistura. Quem gosta da aventura tem todo um conjunto de ideias a respeito de meio ambiente e do próprio esporte, que é diferente das modalidades, por assim dizer, mais tradicionais. A mistura de aventura, luta, esportes olímpicos, não pegou muito bem para a maior parte dos visitantes. Então, achamos melhor manter a feira com uma identidade própria, como ela já tinha desde 1999.
Como foi o processo de separação?
Éramos sócios da Brazil Sport Show junto com a Esfera BR Mídia, mas a feira foi criada pela Promotrade. Então, resolvemos que era melhor dar mais força para a Adventure Fair, tanto por ser uma feira mais tradicional, que a gente gosta, quanto por ser mais rentável economicamente.
Quem está à frente da Promotrade agora? Você saiu da Running Show?
O Sérgio Franco e eu estamos à frente da Promotrade. A Running Show ficou embutida no projeto da Brazil Sport Show. Por opção da Esfera, se divulgou quase que somente a Brasil Sport Show e não se deu muita atenção à Running Show. Na verdade, a Promotrade acabou vendendo os direitos de realização das duas feiras para a Esfera BR, que foi comprada pela XYZ. Eu não sei o que está acontecendo lá agora.
Para a próxima Adventure Fair, já tem novidades programadas?
Seguindo a linha de que a feira precisa cumprir um papel maior com relação às atividades ao ar livre, vamos valorizar muito a parte de conteúdo. No ano passado demos início a clínicas de alguns esportes. As pessoas aprenderam como cozinhar ao ar livre, como fazer planilhas, viram alguma coisa de montanhismo. Nós fizemos clínicas com grandes nomes de cada esporte, falando dos aspectos introdutórios de cada atividade. Aquelas atividades interativas, vamos continuar fazendo, mas de maneira mais ligada às palestras. Teremos tanque de caiaque, paredão de escalada, pista off-road, arvorismo. Mas, não queremos só como diversão, mas aprofundar a atividade, para que as pessoas entendam melhor.
Por que a data da Adventure Sports Fair foi alterada?
A feira vai acontecer em abril do ano que vem, mais por uma questão de adequação de calendário. Vai ser positivo, principalmente para os destinos de aventura, porque aí vai pegar duas temporadas: as férias do meio e do final do ano. Para o setor de calçados e vestuários também foi bom, porque diferente de países onde se tem uma coleção para outono e inverno e outra primavera e verão, isso não é muito definido no Brasil. Em geral as empresas lançam no começo do ano a coleção para o ano inteiro. Daqui para frente a feira deve permanecer sempre no mês de abril, procuramos estabelecer uma data que não mude mais.
Já há um movimento do mercado com relação às novidades?
Estamos com uma boa adesão, uma boa vontade dos expositores para o próximo ano. Eu estive afastado durante 4 anos, realizando a Running Show. Dividi as tarefas com o Sérgio Franco: eu fiquei com a Running e ele com a Adventure. Agora nos juntamos novamente e, para muitos expositores, que até se tornaram amigos nossos, foi uma coisa positiva. Não foi só a volta à Bienal [do Ibirapuera, em São Paulo], mas também essa mudança na composição. A Adventure voltou a ser totalmente da Promotrade.
Além da feira, vocês planejam outras ações ligadas aos esportes de aventura?
Pretendemos fazer eventos que ajudem a divulgar a vida ao ar livre, os esportes outdoor. Nossa ideia é divulgar muito mais, em nível nacional. Provavelmente será feito na base de festivais. Queremos valorizar muito mais a parte de conteúdo do que a parte comercial. O intuito é levar a aventura aos consumidores. O Brasil tem um potencial enorme em termos de atrativos naturais, mas ainda falta muita informação para as pessoas entrarem no universo dos esportes ao ar livre. Queremos contribuir o máximo possível com palestras e clínicas, levar isso para outros locais, não deixar concentrado em São Paulo. Mas, vamos manter a Adventure Sports Fair como única feira nacional, porque não dá pra mexer. Achamos que não dá muito certo realizar feiras em outros locais. Já houve várias iniciativas nesse sentido e no fim essas elas acabaram sendo canceladas.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi
Last modified: dezembro 8, 2011
