Jefferson Neitzke fala sobre o Brasileiro de 2007 (foto: Divulgação/ Elias Luiz)
Confira abaixo as considerações de Jefferson Neitzke, organizador do Circuito Paulista de Trekking, sobre o Campeonato Brasileiro de Trekking 2007. Neitzke também é ex-conselheiro e co-fundador da Abrapep (Associação Brasileira dos Praticantes de Enduro a Pé e Trekking).
O Campeonato Brasileiro de Trekking, que neste ano aconteceu na cidade paulista de Socorro, merece os parabéns. Apesar de não estar presente conversei com bastante gente que participou e a opinião praticamente unânime é que foi o melhor de todos os tempos em termos de organização.
Palmas para o organizador que licenciou a marca neste ano e que cujo principal mérito foi escalar as pessoas certas para cada função. Seja na apuração, na organização do neutralizado ou na montagem das provas, cada uma destas tarefas foi executada por profissionais gabaritados e assim sendo, o bom resultado alcançado não poderia ser diferente.
Se a parte comercial do campeonato vai muito bem devido à presença maciça de equipes de todo o país, já a parte relativa à competição continua não sendo levada muito a sério. Explico: será que faz sentido existir uma categoria de equipes trekkers (iniciantes) disputando um campeonato brasileiro? Comercialmente falando, sim. Esportivamente, não. Faz sentido diminuir a dificuldade técnica, o percurso e a duração das provas de um campeonato para viabilizar a participação de uma quantidade maior de equipes? Comercialmente, sim. Já esportivamente…
É claro que não pretendo lançar aqui uma campanha contra o Campeonato Brasileiro. Muito pelo contrário, espero que o sucesso continue e para isso vou colocar uma sugestão para que organizadores e equipes reflitam.
Sugestões – O que percebo é que deveria existir uma divisão de elite para as equipes de trekking no cenário nacional. A Abrapep (Associação Brasileira dos Praticantes de Enduro a Pé e Trekking) poderia ser convidada para criar e manter esta divisão sendo ela composta, por exemplo, pelas três equipes de cada estado entre as melhores colocadas no Ranking Brasileiro no ano anterior. Estas equipes ficariam então isentas das taxas de inscrição em toda e qualquer prova homologada pela Abrapep para o Ranking Brasileiro. E no Campeonato Brasileiro apenas estas equipes disputariam efetivamente o título de Campeão Brasileiro. Todas as demais participariam do campeonato em outra categoria.
Desta forma, sendo poucas as equipes da divisão de elite, estas poderiam sempre largar antes que as demais e com intervalo de tempo maior entre cada uma. Eliminaríamos assim os casos de tráfego excessivo e aqueles onde uma equipe simplesmente segue a equipe à sua frente antecipando as dificuldades do trajeto.
Certamente, a meu ver, a criação desta divisão de elite daria maior visibilidade, mérito e recompensa para as equipes e para o esporte e tornaria o Campeonato Brasileiro um sucesso também na competitividade.
Este texto foi escrito por: Jefferson Neitzke
Last modified: dezembro 13, 2007
