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Organizadores buscam minimizar o impacto ambiental


Evitar que as provas passem pelos mesmos lugares em curto espaço de tempo é fundamental para a recuperação do ambiente. (foto: Arquivo Webventure)

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o Webventure aponta quais os impactos causados pelas corridas de aventura e o que se deve fazer para minimizá-los.

Faça um esforço de imaginação e visualize aproximadamente 300 pessoas passando por uma mesma e estreita trilha, em um intervalo de tempo de duas horas. O resultado: a destruição parcial ou, em alguns casos, total das picadas e vegetações próximas a ela.

Essa é apenas uma das diversas conseqüências da prática de corridas de aventura. O esporte reúne várias modalidades em uma mesma prova e nem sempre a passagem do ser humano pela natureza é possível sem a degradação da mesma.

Para piorar, ainda existem alguns organizadores de eventos completamente despreocupados com o impacto ambiental. “Infelizmente no Brasil o movimento para que se crie o respeito ao ambiente outdoor tem de partir dos organizadores. E nem todos eles estão ligando para isso”, revela Evandro Schütz, responsável pela Corrida Canela de Aventura, realizada em Canela (RS).

União pela preservação – “Vários estão interessados apenas no dinheiro que conseguem promovendo essas provas”, acusa Schütz, que propõe a formação de uma liga de organizadores de corridas de aventura de todo o país a fim de viabilizar soluções que minimizem o impacto ambiental.

Enquanto essa não liga não sai do papel, ele e alguns outros responsáveis por provas nacionais têm buscado alternativas. A Expedição Carcará, disputada no Rio Grande do Norte, por exemplo, aposta forte na repercussão das atividades realizadas pelos competidores. “Estamos sempre buscando formas de colocar o atleta como exemplo”, explica Karim Hosam Salha. “Nossa prioridade é poder despertar em toda a prova a consciência de que dependemos da natureza para fazer a aventura. Se a destruirmos, não haverá mais corrida de aventura”.

Entre as iniciativas tomadas pelos organizadores da Expedição Carcará está a obrigatoriedade da plantação de mudas de árvores características da região para todas as equipes. “Também procuramos passar por lugares em que exista algum tipo de agressão humana à natureza. Colocamos um rapel na Serra Caiada, onde uma pedreira está começando a destruir o local”. A intenção de Karim em casos como esse é despertar a atenção dos atletas e da mídia.

Organizador da tradicional Adventure Camp, Sérgio Zolino tem outras preocupações. “Procuro sempre disponibilizar rotas alternativas, para diminuir a degradação. Na nossa prova também são cedidas garrafas a todos, a fim de evitar a utilização de copos plásticos que, invariavelmente, são jogados pelo caminho”, conta.

Responsável pela Ecomotion, o organizador Said Aiach Neto espera finalizar até 19 de junho, data da prova na Serra do Cipó, um manual de conduta para o participante de corridas de aventura. “Foram ouvidas várias pessoas especializadas em educação ambiental, inclusive o Instituto de Ecoturismo Brasileiro (IEB), para a realização desse manual”, explica.

Said acredita que diversas discussões poderão ser feitas a partir do resultado inicial do manual. “Queremos colocá-lo à disposição dos atletas e escutar sugestões, para que o manual possa ser lapidado. O maior vencedor com isso será a natureza”, finaliza o organizador.

Para minimizar o impacto ambiental nas corridas de aventura:

  • Não jogar lixo durante as provas;
  • A organização deve buscar trilhas alternativas para evitar a degradação do solo;
  • A organização não deve repetir competições nos mesmos locais em curto espaço de tempo.

    Este texto foi escrito por: Jorge Nicola