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Os dois primeiros dias do Transparaná


Belas paisagens marcam o Transparaná 2004. (foto: Paulo Valente)

O Transparaná, maior raid das Américas, começou na última segunda-feira, no Sul do país. Antes da primeira etapa houve o prólogo (tomada de tempo que determina a ordem de largada no dia seguinte), em Guaíra. O evento foi na forma de um mini-raid, com apenas 12 km e duas travessias, que fizeram a festa para o público presente.

Estradões, plantações de soja e cana-de-açúcar foram o cenário do primeiro dia de prova, que foi de Guaíra a Paranavaí. Os amortecedores dos veículos foram bastante exigidos nas passagens pelos murunduns (curvas de nível) na velocidade indicada na planilha. Um jipe acabou capotando e o piloto fraturou o braço.

Navegação exigida – O segundo dia, entre Paranavaí e Cornélio Procópio, começou por trechos com paisagens bem semelhantes às do dia anterior. À tarde os desafios foram outros: trilhas mais fechadas e algumas travessias por dentro de rios. Os degraus e curvas de nível continuaram a exigir o máximo da suspensão dos veículos. A dupla Adelcio Souza Coelho / Rafael Pereira Rodrigues perdeu até amortecedor e mola pelo caminho. Eles competem com o protótipo número 38, um 4×4 com carroceria de calhambeque e que tem um bem-humorado pé de borracha para fora do porta-malas.

Navegadores tiveram muito nessa etapa. As bifurcações e “laços” (trechos em círculo, que retornam ao mesmo ponto para depois o piloto seguir em outra direção) exigiram uma navegação precisa.

No cânion – No terceiro dia a caravana seguiu para Castro. Uma velha ponte de madeira que quebrou provavelmente com a passagem de um veículo pesado como um caminhão acabou tornando-se um obstáculo perigoso. O rio ficou praticamente intransponível e o resultado foi um grande “engarrafamento” dos veículos competidores. A direção de prova resolveu cancelar então a etapa da manhã (etapa 5), visando a segurança.

O cascalho substituiu o terreno de terra vermelha e o clima apresentou mudanças bruscas durante o dia. As equipes iniciaram a prova com sol, enfrentaram chuva na região de Tibagi, neblina densa na região do Cânion Guartelá, mas o sol tornou a aparecer neste cartão-postal. Para que os competidores pudessem aproveitar o local foi feito ali um neutralizado.

Nesta sexta-feira, no quinto dia, a prova vai até Curitiba. Dali parte a última fase da prova, até Guaratuba. A divulgação dos resultados e premiação dos campeões será feita no sábado, na Praia do Leste.

Entenda a prova – Como é característica das provas de raid, o Transparaná é uma competição onde o fator mais importante é a regularidade, e não a velocidade. Entretanto, difere dos demais raids pela grande distância a ser percorrida: mais de 1500 km, o que o coloca como o maior raid das Américas. O percurso é todo feito por estradas vicinais e trilhas de grandes dificuldades, exigindo grande resistência dos veículos e uma alta performance de pilotos e navegadores.

Meio ambiente – O Transparaná é a primeira prova a receber a aprovação de um órgão ambiental. O IAP – Instituto Ambiental do Paraná classificou a prova como ecologicamente correta. Cada veículo da competição leva um kit com sacos de lixo e recipientes para fluídos como óleo ou outros caso seja necessário o reparo na trilha.

Este texto foi escrito por: Webventure