Gastos envolvem todos os detalhes (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Equipamentos, passagem de avião para sete pessoas, carro 4×4 para apoio da equipe, alimentação, suplementação, hospedagem, acessórios, roupas especiais, coletes salva-vidas, gasolina e despesas extras. Quanto será que custa tudo isso para participar de uma grande prova como o Ecomotion/ Pro, o Mundial de Corrida de Aventura, que começa nesta quinta-feira (30), no Ceará?
Muitos mil reais são gastos pelas equipes para participarem da prova, e o patrocínio é o fator mais importante para a viabilização do projeto. Mas há quem não tenha o patrocínio e consiga os recursos por outros meios, ou até mesmo, deixe de ir.
Para os brasilienses da Oskalunga Sundown, R$ 25 mil foram gastos com a viagem. Os gastos mais pesados foram com as sete passagens, que deram cerca de R$ 6.000, locação do carro de apoio, R$ 5.500, a alimentação custou R$ 2.500 e o mesmo valor foi gasto com a confecção de novos uniformes, especiais para as condições que encontrarão no nordeste. A equipe conta com o patrocínio da Sundown, PowerBar e BrasíliaTur.
Não temos nenhum contrato com os patrocinadores com exigências do retorno da exposição. A troca é somente de mídia espontânea. Mas temos uma empresa que mensura esses resultados e os entrega para os patrocinadores, explicou Guilherme Pahl, atleta da equipe.
A Motorola SOS Mata Atlântica gastou os mesmos R$ 25 mil e os gastos foram bem próximos da equipe de Brasília (DF). Porém o quarteto formado por José Pupo, Mateus Ferraz, Sílvia Guimarães e Fábio Batista conseguiu desconto nas passagens aéreas.
As da equipe e as do apoio deram cerca de R$ 5 mil, pois conseguimos desconto, explicou o capitão Zé Pupo. Já a suplementação levada é cedida pelo patrocinador Gu.
A equipe Selva Kailash, formada por Márcio Campos, Rosangela Hoppner, Caco Fonseca e João Bellini não tem mais o patrocinador que bancava os custos da equipe, mas nem por isso deixou de ir correr a prova.
Com um custo total de R$ 18 mil, eles contaram com a ajuda de amigos e alunos da assessoria esportiva da equipe para arcarem com o valor. Com o material cedido pela Kailash, que fornece roupas e outros acessórios para a Selva, eles fizeram um bazar e venderam o que tinham, tendo assim parte da verba necessária.
O nosso maior custo foi com a inscrição. Pagamos uma parte dos US$ 2.500 e quando fomos pagar o restante, o dólar aumentou. O carro de apoio é de um aluno nosso de São Paulo que iria acompanhar a prova de qualquer maneira e topou ser o nosso apoio também. Vamos pagar a gasolina dele durante a prova, somente. O restante ele não quis cobrar, explicou Caco Fonseca.
O navegador da equipe contou ainda o restante dos valores gastos na prova foram pagos com dinheiro doados por amigos e pessoas próximas aos atletas, a suplementação é dada pela Probiótica, mas a alimentação foi comprada pela equipe, que gastou cerca de R$ 1.500, mesmo valor pago na hospedagem antes e depois da prova. Alguns alunos arcaram com as nossas passagens também trocando as milhas que eles tinham. Mesmo assim ainda vamos ter que pagar algumas contas no fim do Ecomotion, completou.
Retorno – Em 2007, a Selva contava ainda com o patrocinador que arcava com as despesas e a Kailash, e a empresa de mídia da equipe mensurou os resultados dos investimentos.
Como corremos muitas provas e ainda o Ecomotion/ Pro, que dá muita exposição em grandes veículos, e a prova de Abu Dhabi, o retorno foi de cerca de R$ 700 mil, contou Caco.
De acordo com os dados da Atena Marketing Esportivo, empresa que mensura esses valores para a Selva, só o Ecomotion/ Pro de 2007 rendeu R$ 339 mil de retorno de mídia para seus patrocinadores.
Com R$ 22 mil de gastos, a equipe do capitão Rafael Campos, a Quasar Lontra, conta com apoio de algumas marcas que cederam produtos para eles, porém, sem patrocinador para arcar financeiramente com a despesa do Ecomotion/ Pro, os integrantes se uniram e bancaram o valor.
A inscrição é uma das coisas mais caras. As passagens também foram caras, cerca de R$ 5.600, contou Campos. A equipe tem apoio da Columbia, que confeccionou os uniformes com fator de proteção solar e forteneceu os tênis, a Gu, que cedeu a suplementação, da Hidro2, que desenvolveu os coletes salva-vidas e os assentos para os caiaques.
As outras pendências foram pagas pelos atletas que puderam ajudar e também pelo caixa remanescente do antigo patrocinador. Também fazemos palestras motivacionais e de treinamento empresariais para os patrocinadores ou os clientes deles, como retorno do valor investido. Com essa formação que vai disputar o Ecomotion, vou eu e a Tessa Roorda fazer as palestras, completou, dizendo que caso a Quasar Lontra consiga alguma premiação na prova, o valor é usado para reembolsar o investimento feito pelos atletas na equipe.
Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi
Last modified: outubro 31, 2008