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Oskalunga vence Jogos de Aventura Ecomotion em Botucatu


Chegada em Pardinho (foto: Divulgação)

No último fim de semana (6 e 7 de agosto), a cidade de Botucatu (SP) foi palco da terceira etapa do circuito Natura Kaiak Jogos de Aventura. Antes da largada, a equipe Oskalunga Brasil Telecom mandou um recado para outros competidores: “Nosso objetivo é vencer!” eE não decepcionaram. Venceram a prova e continuam liderando o Ranking Brasileiro de Corrida de Aventura.

A corrida de aventura em meio à natureza reuniu equipes de quatro pessoas, que disputaram prova longa, de 153,5 km e equipes de duas pessoas para disputar uma prova mais curta, com distância de 48,5 km. Os atletas tiveram que se revezar entre trekking, biking, ascensão, canoagem e precisaram se concentrar muito na orientação.

Já Marco Antônio Mezzena, da equipe estreante Nikus Consciência, que é uma das melhores de trekking de regularidade, disse que pelo fato de nunca terem participado de uma prova de aventura longa o foco seria a estratégia e não a velocidade.

Outra equipe novata, dessa vez na categoria curta, a Sangue nos Óio, pretendia apenas terminar a prova. “Somos aqui da região e não queremos fazer feio”, disse Márcio Augusto Oliveira Pinto.

Pontualmente às 9 horas da manhã do sábado, com céu de brigadeiro e sol forte, 25 quartetos e 58 duplas largaram do campus lajeado da UNESP, para enfrentar os desafios preparados pela organização. Logo no início, os competidores da prova longa tiveram que se separar em uma dupla de trekking e uma de bike e nessa hora a equipe que possuía dois integrantes com experiência em navegação se deu melhor.

Com pouco mais de uma hora de competição, após passarem por dois PCs virtuais, as equipes chegaram ao PC 3 já sabendo que enfrentariam uma prova dura. O atleta da equipe Paz na Mata, Francisco Perez, comentou o trecho: “A prova começou agora, mas já vi que vai ser dura, será bem montanhosa”.

Os competidores seguiram por locais onde precisaram encarar trechos de trilha quase verticais, travessias por riachos, cachoeiras e diversas áreas de transição. Para uma prova como essa é necessário, além de preparo físico, muita calma e atenção em relação ao mapa e às informações do Race Book e Road Book.

Estratégias de equipes – Qualquer erro de navegação pode prejudicar toda a estratégia de prova. Para dar uma emoção maior ao evento, as equipes podiam escolher caminhos mais curtos, que levariam mais rapidamente à chegada, ou optar por trajetos mais longos, com a vantagem de capturar cartões bônus, com minutos a serem descontados do tempo total, ao final da prova.

Assim, às 15h20, a primeira equipe da corrida curta cruzou a linha de chegada, na cidade de Pardinho, vizinha de Botucatu. Igor Cintra e Alexandre Maturano, da equipe Peba, chegaram em primeiro, conseguindo essa posição no último trecho de bike.

Após terem errado no início e cair para último no pelotão, eles se recuperaram e conseguiram a vitória. “Perdemos uns 15 ou 20 minutos no começo, mas recuperamos. Tinha um pessoal que nós viemos o tempo todo na cola e só no final conseguimos ultrapassar. A gente tinha que ganhar”.

Em seguida, veio a equipe Gnus Adventure, formada por Luís Trindade e Rodrigo Koke, que se perderam na serra e deixaram escapar a liderança para a equipe Peba. Em terceiro lugar, chegou a Sangue nos Óio, que cumpriram o prometido e não fizeram feio. Augusto Tecchio, o Guto, sentiu fortes câimbras durante a prova e em vários trechos precisou ser carregado pelo companheiro Márcio Augusto Oliveira Pinto.

Ao mesmo tempo, a prova longa tinha prosseguimento pelas matas e trilhas da região. Por volta das 18h, a primeira equipe chegou até a terceira área de transição, onde era necessário que dois atletas da equipe realizassem uma ascensão de cerca de 25 metros, através de uma ponte ferroviária.

A primeira equipe a chegar foi a Oskalunga Brasil Telecom, que rapidamente cumpriu a tarefa e disparou na frente. Mirela Albresh, única integrante do sexo feminino da equipe, estava motivada para continuar a prova e disse que o fato de conseguirem chegar até aquele ponto antes do anoitecer iria favorecê-los.

Pelo areião – Desse ponto em diante, eles seguiram de bike pelas trilhas, até alcançar uma estrada apelidada de “Areião”. Após pedalar por uma areia fofa, que aumentou o desgaste, os atletas chegaram à parte final da corrida. Precisariam remar pelo Rio Bonito até a chegada.

Porém, para seguir na direção correta eles precisaram passar por um PC virtual, que indicaria o caminho. Várias equipes demoraram a encontrar e acabaram perdendo a chance de chegar na primeira colocação. A vitória foi da equipe Oskalunga Brasil Telecom, que chegou ao final após mais de 6 horas remando.

Guilherme Pahl disse que foi o remo mais difícil que ele fez na vida. Já Mirela Albresh elogiou a navegação de Guilherme e comentou que eles pareciam estar no deserto, vendo miragens. “A gente via luzinhas por todas as partes, parecia que a outra equipe estava na maior paulada atrás da gente”.

Os atletas da Mitubishi Salomon Quasar Lontra entraram na água em segundo lugar, com uma diferença de apenas 40 minutos para a Oskalunga. Mas, por problemas de orientação, acabaram perdendo muito tempo e se distanciaram do líder. Assim, o segundo lugar ficou com a Saracura, que chegou com mais de uma hora de diferença para o líder, e a terceira colocação ficou com a Clight Salomon Atenah. A Lontra chegou apenas em quinto, logo atrás da Curtlo Lobo Guará.

Confira os primeiros colocados da prova Long Adventure e o tempo final, com acréscimo dos bônus:

1) Oskalunga Brasil Telecom – 18h15min
2) Saracura – 19h45min
3) Clight Salomon Atenah – 22h05min
4) Curtlo Lobo Guará – 22h18min
5) Mitsubishi Salomon Quasar Lontra – 22h25min

Confira os primeiros colocados da prova Short Adventure:

1) Peba – 6h19min
2) Gnu´s Adventure – 6h27min
3) Sangue no Zoio – 7h06min
4) Prof. Léo e Feijão Adventure Team – 7h27min
5) Aroeira Competition – 7h30min

Incidentes – De acordo com o organizador da prova, Said Aiach Neto, não aconteceu nenhum incidente grave durante a prova. “Apenas um competidor se machucou e tivemos que resgatá-lo. O problema é que por ser um trecho de serra de difícil acesso, tivemos que descer com a prancha e lavá-lo até a ambulância”.

Fato lamentável – Apesar de todos os cuidados da organização da prova, uma antena de rádio foi roubada durante o evento. Era uma repetidora que estava instalada em meio ao percurso, para facilitar a comunicação dos PCs. Foi feito um boletim de ocorrência, mas não encontraram o equipamento.

Próxima etapa – A próxima etapa do circuito Natura Kaiak de Jogos de Aventura acontecerá entre os dias 10 e 11 de setembro, em Campos do Jordão (SP). É o MTB Trip Trail. As equipes vão largar do Horto Florestal da cidade e pedalar até Parati (RJ).

Para se inscrever, acesse www.ecomotion.com.br.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda