Dunas vermelhas de Sussusvlei. (foto: Glaucia Hauser )
Instrutor do curso Técnico 4×4, João Roberto conta a aventura realizada no mês de março ao lado de sete pessoas durante roteiro off-road pela Namíbia, em meio ao deserto, às savanas e a dunas intermináveis.
Procurando novos horizontes para as atividades off-road, decidi radicalizar e parti para um roteiro off-road na África. Depois de três anos estudando os detalhes, fui o coordenador de um grupo composto por sete pessoas, entre amigos e ex-alunos do curso Técnica 4×4.
Partimos de São Paulo no dia 6 de março para realizar o roteiro off-road experimental pela Namíbia, país situado ao sul do continente africano. Visitamos ao norte o Parque Nacional Etosha, um dos mais importantes parques de vida selvagem da África. Pudemos ver de perto a variedade de animais que vivem próximos ao pântano Etosha.
Depois seguimos rumo noroeste em direção à região de Damaraland, onde as paisagens de deserto formam o lar do elefante do deserto, e ainda abrigam atrações naturais como o bosque de árvores petrificadas e formações de montanha com visual singular, como o Burnt Mountain. Aliás neste ponto da viagem um guia local deveria estar aguardando, mas um erro no mapa rodoviário nos colocou uma hora e meia atrasados e, ao chegarmos no ponto de encontro, o guia havia desistido de esperar debaixo do sol escaldante do deserto.
Cara e coragem – Com isto, decidimos fazer a trilha sozinhos e partimos para o desconhecido! Reduzida e bloqueio engatados nos Defenders 110, o grupo percorreu roteiro para poucos privilegiados, que podem estar completamente fora das estradas da região em meio a paisagens exclusivas de quem tem um 4×4 nas mãos.
No dia seguinte, encaramos um safári particular e completamente inusitado, buscando elefantes do deserto na savana próxima ao Rio Ugab e ao majestoso monte Brandberg. Encontrar os elefantes fora da rota normal dos turistas foi outro momento marcante da viagem.
Com passagem pelo litoral da Namíbia e a famosa Costa do Esqueleto, nome dado à região pelos inúmeros naufrágios que ainda acontecem, o comboio seguiu para as dunas da região sudoeste do país. Pela ajuda inestimável do Google Earth, previ um trecho off-road pesado de aproximadamente 15 quilômetros pelas areias entre Swakopmund e a Duna 7, próxima à Walvis Bay. Mas as fotos do Google estavam desatualizadas e as possíveis trilhas pelo deserto estavam cobertas por dunas intransponíveis. A mudança de planos permitiu tempo suficiente para o grupo fazer um emocionante passeio de Quad, veículo ideal para incursões naquele mar sem fim de areia e muita adrenalina.
A próxima parada foi Sesriem, porta de entrada para um lugar de beleza rara e inigualável: as Dunas Vermelhas de Sussusvlei. Sua areia tem a cor similar às dunas do Jalapão, mas a quantidade de dunas é infinitamente maior, e o espetáculo tem início toda manhã com o nascer do sol.
Carros, ônibus e veículos 4×4 com turistas de várias partes do mundo correm para o portão de entrada do parque logo de manhã para presenciar o espetáculo da mãe natureza. Depois de 62 quilômetros de asfalto, ladeado por dunas imensas, chegamos ao estacionamento dentro das dunas, de onde começa mais um trecho de areia fofa, exclusivo para quem tem um bom 4×4 nas mãos. Reduzida e bloqueio engatado novamente e fomos buscar o fim da trilha, cerca de dois quilômetros adiante, na entrada do trecho de trekking para o Dead Valley.
No final do overland na capital da Namíbia, Windhoek, os odômetros dos Land Rovers marcavam 2.980 quilômetros de emoções em um país incrível em beleza natural, estradas de asfalto e terra impecavelmente cuidadas e sinalizadas, a simpatia de seu povo e o cuidado com o trato ao turista.
Para concluir a expedição, o grupo seguiu de avião para a África do Sul para uma visita rápida à Capetown, uma das cidades mais belas do mundo. Um tour pelo Cabo da Boa Esperança, um excelente hotel, boa comida e muita gente bonita no Waterfront fechou com chave-de-ouro o levantamento do roteiro.
O resultado da viagem experimental mostrou dois erros no mapa rodoviário, dois erros de programação de pernoites e a necessidade de prever mais suprimentos entre dois trechos da viagem, pois se esperava ter restaurante no trecho e o que se viu foram apenas macacos, rochas e deserto sem fim!
Gostaria de registrar aqui o agradecimento aos pioneiros que apoiaram a idéia: Rogério L. Kuhn, Pedro L. Buchholz, Marco A. da R. Guimarães, Glácia Hauser, Josué L. da Silveira. Este tipo de viagem que estou lançando tem o nome de Self-Drive Adventure, que proporciona ao participante a possibilidade de conduzir o carro durante a viagem e sentir a emoção das estrada e trilhas exclusivas para veículos 4×4. O carro usado é o Land Rover Defender Td5 podendo também ser usada a pick-up Hilux ou a Land Cruiser. Os pernoites são realizados em camping e lodges. Cada veículo tem capacidade para até quatro pessoas e vêm com todos os equipamentos para longos deslocamentos pela África. Os grupos saem com o mínimo de dois e máximo de quatro veículos.
Quem desejar participar e dirigir precisa saber conduzir um veículo 4×4 em off-road ou participar do curso Técnica 4×4 antes da partida. Também deve ter o passaporte em dia, estar vacinado contra febre amarela e retirar junto ao Detran o PID, Permissão Internacional para Dirigir. A próxima data já está em estudos para o segundo semestre e os detalhes, além do calendário de passeios off-road no Paraná, podem ser obtidos pelo telefone (41) 3039-6552 ou pelo no site desenvolvido exclusivamente para este roteiro, no endereço www.africa4x4.com.br
Este texto foi escrito por: João Roberto de Camargo Gaiotto
Last modified: abril 3, 2007