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Pacto Murici garante integridade da Mata Atlântica no Nordeste

Localizada a 50 km de Maceió (AL), a Estação Ecológica de Murici, na região acima do Rio São Francisco, foi criada em maio de 2001 com uma área de 6 mil hectares. O Pacto de Murici, assinado este ano, foi uma importante conquista para esta região e os ambientalistas que nela trabalham, pois tem como objetivo o planejamento e a implementação, de forma integrada, de ações para a conservação da Mata Atlântica do Nordeste.

O pacto propõe práticas e ações de gestão dos recursos naturais que reduzam a probabilidade de perda florestal e de extinção de espécies no futuro. Todas as medidas buscam harmonizar a melhoria da qualidade de vida das populações locais com a conservação do meio ambiente.

A Mata Atlântica brasileira é uma das maiores prioridades mundiais para a conservação da diversidade biológica. Estima-se que essa floresta no Nordeste abrigue mais de 8.500 espécies endêmicas (que não ocorrem em outro lugar) entre plantas vasculares, mamíferos, aves, répteis e anfíbios.

Parte desse endemismo está restrito a um bloco bem delimitado de florestas, abrangendo duas ecorregiões da Mata Atlântica: Ecorregião das Florestas Costeiras de Pernambuco e Ecorregião das Florestas do Interior de Pernambuco. Essas áreas se sobrepõem a quatro Estados: Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Preservar no Nordeste – Atualmente, restam menos de 5% da cobertura original da Mata Atlântica do Nordeste (5.600.000 hectares), e a floresta remanescente está representada por mosaicos de pequenos fragmentos imersos em uma paisagem dominada principalmente pela cana-de-açúcar. Como conseqüência da interrupção do processo de dispersão de sementes, estima-se que 1/3 das árvores ali existentes estão regionalmente ameaçadas de extinção.

A quantidade de unidades de conservação da Mata Atlântica do Nordeste é insuficiente quando comparada aos desafios de sua conservação. E as poucas unidades existentes são pequenas ou não estão implantadas.

A Estação abriga pelo menos 14 espécies de aves ameaçadas de extinção, o maior número entre os remanescentes de Mata Atlântica do Nordeste. Além disso, pesquisas desenvolvidas a partir de 1980 levaram à descoberta de quatro novas espécies de aves: o limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi), o zidedê-do-nordeste (Terenura sicki), a choquinha-de-Alagoas (Myrmotherula snowi) e o cara-pintada (Phylloscartes ceciliae).

Este texto foi escrito por: Webventure