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Palestra sobre medicina de viagem tira dúvidas e desfaz mitos


O infectologista Marcelo Litvoc em palestra sobre medicina do viajante (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)

Para uma viagem tranqüila, sem contratempos, algumas providências que podem parecer chatas têm que ser tomadas. Principalmente se a expedição for em locais inóspitos ou em condições extremas. Cuidados com a saúde, antes, durante e depois de uma viagem podem prevenir males que têm capacidade de estragar qualquer passeio.

Para esclareceu dúvidas sobre Medicina do Viajante, o infectologista Marcelo Litvoc concedeu uma palestra no auditório da academia Competition na última terça-feira (24/05), pelo Circuito Webventure de Palestras. Os eventos geralmente acontecem às quartas, mas em virtude do feriado foi antecipado.

O infectologista começou a palestra pedindo a ajuda do público. “Pode me interromper a qualquer hora para perguntarem qualquer coisa”, convidou. Logo a primeira dúvida já surgiu: No caso de medicamentos com receita, elas são aceitas no exterior? “Não só são como existem alguns remédios que o viajante só tem permissão de entrar al outros países com eles se tiver a receita na mão”, explicou Litvoc.

Pontos principais – Durante a palestra, alguns mitos foram desfeitos, como o de fazer torniquetes em caso de picadas de animais peçonhentos. “Nesse caso corre-se mais ainda o perigo de uma necrose, com o membro tendo que ser amputado em alguns casos”, alertou. Outros lugares-comuns também foram desmistificados, como o de passar café ou pasta de dente em queimaduras. “Essas receitas de vovó não funcionam, pelo contrário”, brincou o médico.

Um alerta que tocou em todos os inscritos foi na questão da água consumida em viagens. Litvoc sugeriu que o viajante sempre procure água mineral com gás em qualquer região do mundo que estiver. ”Elas são bem mais difíceis de falsificar. Acontece muito, até no Brasil, de trocarem o conteúdo das garrafas d’água e vender como mineral, isso é um perigo”, disse. Quando não é possível ele recomenda ferver, adicionai cloro ou iodo à água, para esterilizar.

Outro mal que acomete os viajantes de longa distância é o “Jet Lag”, efeito de fuso horário diferente, ao qual o corpo demora a se adaptar. Para isso, Litvoc sugere que um esquema gradual de adaptação seja feito antes mesmo da viagem. “Também existem estudos que levantam a hipótese de que comer carboidratos nos dias anteriores ao da viagem diminui o efeito. Mas no dia a comida tem que ser leve”, comentou.

O infectologista Marcelo Litvoc deu dicas de como proceder em caso de doenças ou mal estares em viagens na palestra do Circuito Webventure. Sempre frisando os cuidados com a auto-medicação, o médico alertou como proceder em caso de doenças comuns mundo afora.

Segundo ele, o primeiro passo é saber quais são as doenças específicas da região a ser explorada. Depois, é preciso procurar se para cada doença existe uma vacina. “De todos os procedimentos da medicina, a vacina é o mais confiável, que mais surte efeito”, disse. Ele faou de casos como o da Febre Amarela, presente nas zonas silvestres da América do Sul e na África Sub-Sahariana, que pode ser prevenida com uma vacina. Em alguns países dessas regiões entre eles o próprio Brasil estrangeiros só entram com o comprovante internacional dessa vacina. A Hepatite é outra doença que pode acabar com qualquer viagem.

O médico ainda frisou a importância do sexo seguro e do combate aos insetos. É importantíssimo evitar ser picado, com roupas longas, repelentes e deixando de sair nos horários de maior incidência dos insetos no final da tarde e início da noite.

Como proceder – Em caso de diarréia, o infectologista recomenda aumento na hidratação e combate simplesmente aos sintomas, com remédios comuns. “Um para dor de cabeça, outro para enjôo, por exemplo.

O médico ainda comentou de outras doenças tropicais, como a Malária, “a doença infecciosa mais comum no mundo”, que pode matar, até Raiva, que apsar de parecer estranho para o Brasil, países como a Índia ainda sofrem epidemias. Ela também mata, sem possibilidade de cura.

Animais Peçonhentos – Foram outro destaque da palestra. Litvoc falou da importância de reconhecer o animal que atacou em caso de picada, para os médicos poderem agir de forma mais acertada. Ele frisou também que em caso de picada de cobra, a expedição deve parar na hora e pedir auxílio o mais rápido possível, adiar até o final da viagem para se tratar pode causar danos irreversíveis.

O último ponto abordado foi o dos males da altitude. O que a falta de oxigênio faz no corpo humano e como ele consegue se aclimatar em condições extremas. O médico explicou, por exemplo, o caso dos montanhistas do Everest, que passam um longo tempo em fase de aclimatação para produzir mais glóbulos vermelhos (responsáveis pelo transporte de oxigênio) no corpo. Injúrias como dores de cabeça e náuseas são freqüentes já acima dos 1.800 metros de altitude para uma pessoa que não está acostumada.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa