McRae morreu em acidente de helicóptero (foto: Divulgação/ X-Raid)
Vítima de um acidente de helicóptero no último sábado (15), o ex-campeão mundial de rali de velocidade Colin McRae deixará saudades nas pistas. Recém-contratado pela BMW, o piloto correria o Rally Dakar 2008 ao lado do brasileiro Paulo Nobre, o Palmeirinha. Senti bem, apesar de não ser tão próximo, mas era companheiro de equipe, o que me causou um mal estar. Foi um baque, disse Palmeirinha.
Estava em Farroupilha em um aniversário quando recebi uma mensagem no celular falando do acidente. Liguei para a equipe e depois de uns 15 minutos me confirmaram que realmente era ele quem estava no helicóptero e que não havia sobreviventes, comentou Palmeirinha.
McRae estava pilotando um helicóptero próximo a sua casa na Grã-Bretanha quando a aeronave caiu e se incendiou. As autoridades locais ainda não apuraram as causas do acidente. O filho do piloto, de apenas cinco anos, estava a bordo junto com mais quatro pessoas.
Corri o Transibérico quando ele ainda estava na Nissan. Ele não saia da nossa equipe e até brinquei dizendo que se ainda não tinha assinado, iriam logo mais assinar o contrato. E foi o que aconteceu, lembrou Palmeirinha. Pela BMW, McRae correu apenas uma prova, o Baja Aragon, na Espanha.
No Transibérico, McRae correu com um carro inferior e mesmo assim brigava com os pilotos de ponta, como Carlos Sainz. Larguei uma vez na frente dele e fiquei feliz que ele só me ultrapassou no quilômetro 50. Imagina o jeito que o cara andava, super constante, extremamente experiente e agressivo.
Colin McRae era a aposta da equipe BMW para o Dakar 2008. Um piloto que tenho certeza absoluta que iria ganhar várias especiais e um forte candidato ao título, disse Palmeirinha.
Lenda – No Dakar deste ano, Palmeirinha correu ao lado de Jutta Kleischmidt, primeira mulher a vencer a competição em 2001. Estava sendo quase um sonho. Neste ano corri ao lado dela e, ano que vem, ao lado do McRae, que é um cara que tem até jogo de vídeo-game com o nome dele. É uma lenda do WRC que veio para o cross-country com um belo currículo.
Apesar do jeito calmo e até mesmo tímido, McRae era um piloto agressivo e que gostava de acelerar. Ele só parava quando batia. Não tinha meio termo: era ganhar ou bater. Estava muito feliz em tê-lo como companheiro de equipe. Uma porque sou muito fã do cara e outra porque se aprende muito com os pilotos de ponta, disse.
Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni
Last modified: setembro 17, 2007