Região é formada por rochas vulcânicas (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)
Quilômetros e quilômetros de rochas vulcânicas totalmente preservadas. É assim a Reserva Ambiental de La Payunia, ao norte da Província de Mendoza, na Argentina. A região, conhecida também por Pampas Negras, abriga a maior quantidade de vulcões do mundo. Mas, para a sorte dos turistas e admiradores, todos inativos nos dias de hoje.
Logo na chegada, o que mais impressiona é a exuberante paisagem, muito diferente de tudo o que é encontrado no Brasil. Caminhar pela região sugere uma volta ao passado do nosso planeta, em um tempo onde as erupções vulcânicas ainda eram responsáveis pela formação geográfica da Terra. Olhando para o horizonte, detalhes em amarelo parecem ser pintados em meio à imensidão preta, com uma riqueza incalculável de detalhes.
A lava fragmentada das erupções vulcânicas formaram uma espécie de areia preta, que é popularmente conhecida na região como Pampas Negras. O chão está coberto por partículas piroclásticos, provenientes de bombas vulcânicas que caíram no estado líquido e, quando esfriaram, tomaram diversas formas. Em alguns trechos, grandes manchas avermelhadas dão o tom do relevo, colorindo ainda mais a árida paisagem.
Esta é a região do mundo onde se registra a maior quantidade de vulcões da Terra. E não é para menos, são 800 deles. Diversos congressos mundiais sobre o assunto são feitos todos os anos nessa região.
Destaque para o Payunia Liso, com 3.715 metros de altitude. Sua cratera tem 400 metros de diâmetro e 90m de profundidade. É um grande desafio para os montanhistas, não só pela altitude, mas também pelas paredes íngremes e muito escorregadias, por isso o nome do vulcão.
É preciso veículos com tração nas quatro rodas para se aventurar pelo parque, que tem cerca de 450.000 hectares. O local é muito procurado por turistas em busca de safáris fotográficos, observação da fauna, travessias em 4×4 e até mesmo cavalgadas. As estradas formam um imenso labirinto que levam para o interior do La Payunia e é recomendável fazer o passeio com guias que conheçam bem a região.
La Payunia – A área foi declarada como Reserva Ambiental em 1988 e hoje é cuidada pelo corpo de Guardaparques de Mendoza. A região se localiza a 160 quilômetros de Malargüe, outra importante cidade da Província.
A região está localizada em uma zona de transição entra a fitogeografia de montanha e a patagônia. A paisagem é marcada por características do que foi uma intensa atividade vulcânica no passado. Mais ao sul, entre o Matruh Payún e o Rio Grande, há uma série de vulcões menores.
No inverno, a imensidão negra se torna branca por causa da neve e o parque fica fechado para os visitantes.
Por ser uma região rica em sedimentação fóssil, grandes empresas descobriram o petróleo nas proximidades. Mas as leis são bem aplicadas e a extração é feita somente fora da Reserva.
Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni