Helena e o pôster do filme; resgate em alta montanha traz risco de vida. (foto: André Pascowitch)
Uma expedição em alta montanha. Mais precisamente na segunda maior do mundo e a mais perigosa, o K2. Tudo caminha para uma conquista sem riscos. Mas o tempo vira e uma equipe de alpinistas, comandada por Annie (a atriz Robin Tunney), sofre um acidente ao cair em uma greta a oito mil metros de altitude.
As horas passam e, com elas, as chances de sobrevivência. Para salvar Annie, seu irmão Peter Garrett (Chris ODonnel) decide formar um grupo de resgate, mesmo que isso lhe custe a vida. Peter deixara de praticar o alpinismo após um traumático acidente em uma montanha, quando teve de cortar a corda que segurava seu pai para salvar a si e sua irmã.
Esta é a sinopse do filme Limite Vertical (Columbia Pictures), que estréia no próximo dia 9 nos principais cinemas do Brasil. Para o diretor, Martin Campbell, o filme fala sobre relacionamentos entre pessoas e não sobre alpinismo: Esqueça a montanha, a neve, as condições. Vertical Limit é um drama que poderia se passar em terra plana sobre amor, família e coragem. Mas a alta montanha garante toda a ação.
Em uma sessão especial para a imprensa, o Webventure convidou a experiente alpinista Helena Coelho, que já participou de um resgate nas alturas, para assistir ao filme e depois fazer uma análise comparativa.
Helena e o marido Paulo estiveram por duas vezes no Everest, tentando conquistar a maior montanha do mundo sem o uso de oxigêneo suplementar, no Aconcágua, topo das Américas, no vulcão Ojos del Salado (Chile), segundo pico do continente, no Cho Oyo, no Nepal, uma das 14 montanhas do mundo com mais de 8 mil metros, quando Helena tentou ser a primeira alpinista brasileira a escalar um oito mil, porém não teve sucesso. Além disso, o casal também fez incursões ao Kilimanjaro, ponto culminante da África, ao Mont Blanc, na França.
Resgate – Segundo ela, é um filme que retrata um resgate em alta montanha que vai te prender do início ao fim, mas quanto à veracidade têm algumas cenas difíceis de acontecer como cinco pessoas presas em uma única corda. É muito filme. A análise de Helena tem fundamento. No resgate que participaram, ela e Paulo ajudaram o português João Garcia, que teve problemas na descida do cume do Everest, em 1999. Naquele dia, João poderia ter sido a terceira vítima, depois das mortes de seu companheiro, o belga Pascal Debrouwer, e do polonês Tadeus Kudelski.
Helena contou que encontraram o português de madrugada, na terceira tentativa de busca. Nós saímos novamente e acabamos encontrando-o fora da rota com o nariz, os pés e os dedos das mãos congelados. Congelamento de terceiro grau”. Para ela, o motivo das mortes “não foi tempestade de neve. Foi que eles desceram tarde demais” (clique aqui e leia a matéria completa).
Ficção – No filme, o exagero da ação é a forma pura da ficção. E uma tempestade de neve, seguida de avalanche, foi a causa do acidente. Descoberto o ocorrido, o embate para o irmão Peter Garret formar uma equipe de resgate traz raras cenas de veracidade. Aquelas próprias questões colocadas sobre quem vai realizar o resgate, oferecer dinheiro, são coisas reais, acontecem nas devidas proporções. Quando você realiza um resgate em alta montanha você está arriscando vidas de quem está subindo, comentou Helena.
Fora isso, foi esquecida a preocupação básica de um alpinista, a segurança. O alpinismo é um esporte de risco mas que há procedimentos básicos de segurança. O filme, em vários momentos, coloca as pessoas como se estivessem passeando a oito mil metros de altitude e não acredito que tenham primado pela questão da segurança. É bem mais ação do que segurança, concluiu Helena.
Em Limite Vertical, a briga está mesmo ganha pela ação? Confira.
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Este texto foi escrito por: André Pascowitch