Despres conquistou o terceiro título (foto: Marcelo Maragni)
Direto de Buenos Aires – Tricampeão do Dakar, o francês Cyril Despres afirmou hoje na chegada que a restrição da potência das motos, em 450 cilindradas para os pilotos principais, não influenciou no resultado. O regulamento deste ano aplica um restritor na entrada de ar das motos na categoria Super Production, a fim de igualar a potência de todas para o equivalente a 450cc.
Nas etapas decisivas para o resultado final, o principal não foi a velocidade final, e sim a técnica. Eram regiões com areia branca e muitas dunas, condições boas para as 450, contou. O restritor é para a entrada de ar, não para a técnica, tática, experiência e preparo físico. Para isso não há restrição, completou Despres.
Ainda assim, as velocidades foram bem menores que no ano passado, de acordo com o francês. Consegui 164km/h de velocidade máxima, na etapa de ontem, e isso com o motor cheio. São exatos 22 quilômetros por hora a menos que no ano passado, disse o piloto, que venceu com uma KTM 690 com restritor. Falta um pouco de velocidade máxima, mas este ano a organização criou percursos adaptados para as 450, em que é possível ganhar sem muita velocidade. Então foi bom, gostei bastante, avaliou Despres.
Ampla vantagem – O piloto francês terminou os quase nove mil quilômetros com 1h02min52 de vantagem para o segundo colocado. Tempo que mantém desde o dia de descanso, em Antofagasta (CHI), nove dias atrás. Ainda assim, Despres afirma que não foi uma prova tranquila. Sabia que a primeira semana seria decisiva e forcei bastante no início. Mas não é fácil estar na frente, é preciso tomar cuidado já que muitas coisas podem acontecer em cima da moto, explicou.
Despres assumiu a liderança na competição já no terceiro dia, para não mais deixar. Até então, seu principal rival, o espanhol Marc Coma, era o primeiro até ter problemas mecânicos. Coma terminou o Dakar na décima quinta colocação, 6h32 minutos atrás de Despres sendo que o espanhol tomou 6h22min de penalização na sétima etapa.
O campeão afirmou ter gostado mais desta edição do Dakar na América do Sul. A diferença do ano passado para este foi que gostei bastante do roteiro de todas as etapas. Enfrentamos muita diversidade, com montanhas, dunas, areia branca, além de chuva e nevoeiro. Não foi nada fácil. Foi preciso usar técnica e tática para sair campeão. Esse foi meu décimo Dakar, e nunca é fácil, concluiu.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa/ Webventure
Last modified: janeiro 16, 2010