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Para Jean Azevedo, segunda metade do Dakar deve ser ainda pior


Jean Azevedo (à dir) é o 18º na geral (foto: David Santos Jr)

Jean Azevedo e Emerson Cavassin são os únicos representantes brasileiros nos carros para a segunda metade do Dakar 2012, após a saída de Guilherme Spinelli e Youssef Haddad. O piloto da equipe Petrobras-Lubrax conversou com o Webventure na tarde deste domingo, e revelou que os comentários que circulam no acampamento da prova dão conta que a prova que vem pela frente será ainda pior. Jean está em 18º na geral até o momento.

O brasileiro, que trocou de carro para esta edição e compete agora com uma picape Nissan, espera ainda uma melhora no desempenho dos Hummers daqui para frente, com “mais trechos de deserto e fora de pista”. A seguir, veja a entrevista com Jean Azevedo.

Como você avalia a primeira metade do Dakar para vocês
Acho que está sendo bom, não tinha experiência nenhuma com o carro antes da largada e estamos andando entre os 20 primeiros. O carro é bem diferente do que estou acostumado no Brasil. Estou aprendendo a andar com ele e ficando cada dia mais familiarizado. Acho que essa prova será importante para pegar conhecimento e experiência com o carro.

E o que vocês esperam para o restante da prova?
Os comentários aqui no acampamento são de que a segunda semana será ainda mais dura que a primeira. E justamente por isso esperamos ganhar mais posições. Claro que qualquer um pode ter problemas, mas já conheço mais do carro e acho que podemos ir melhor agora, mesmo que as etapas exijam mais do equipamento.

Vocês estão achando isso porque a primeira metade foi mais fácil do que nos anos anteriores?
Não, eu acho que foi igual aos três anos passados aqui na América do Sul. A própria organização informou que a segunda metade será pior, então esperamos que a prova dê uma endurecida.

Você sentiu que tem um carro confiável?
Eu acredito que sim. Nos primeiros dias apresentou alguns problemas e tivemos que ir arrumando cada um. Mas acho que isso só aconteceu porque não tive nenhum período de treino antes da prova, não havia andado com o carro. E não é um veículo zero quilômetro, ele já fez outras provas. Os problemas foram mais questão de revisão do que de resistência.

Como você vê essa nova disputa nos carros, entre Minis e Hummers?
O Mini é o carro favorito após a saída da Volkswagen, mas acredito que nessa segunda semana de prova, com mais trechos de deserto e fora de pista, os Hummers vão andar melhor.

Como ficou o clima na prova após a morte do piloto argentino no primeiro dia?
Para nós que estamos de carro a notícia quase não chegou, porque ficamos isolados dos pilotos de moto. Conversando com o Denísio [Nascimento, piloto de moto da equipe brasileira], o pessoal ficou bem abalado. Todo mundo sente, mas qualquer rali é uma prova de risco e cada piloto tem que saber seu limite. Nas motos isso é ainda mais sério, já que não tem proteção nenhuma.

Vocês estão mesmo descansando no dia de descanso?
O descanso é para pilotos e navegadores, mas os mecânicos trabalham bastante para revisar os veículos e deixar tudo em ordem para a próxima metade da prova.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa