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Para Karol Meyer, homens e mulheres são iguais no mergulho


Karol Meyer tem diversos recordes (foto: Arquivo Pessoal)

São várias as modalidades de mergulho em que Karol Meyer se destaca, como lastro constante e variável, imersão livre, apnéia estática, dinâmica e indoor e no limits. A mergulhadora, de 38 anos, é detentora de 27 recordes, sendo quatro mundiais, dois continentais, quinze sul-americanos e seis brasileiros.

Karol se divide entre seu trabalho de supervisora em uma agência bancária, palestras e cursos de mergulho e ainda arruma tempo para treinamentos e competições. Recentemente seu talento e dedicação foram reconhecidos pelo ICARE (International Center for Apnea Recognition and Education). A brasileira foi eleita como a melhor instrutora de mergulho livre e recebeu uma homenagem especial por suas realizações.

Vitoriosa, a mergulhadora diz que no começo da carreira enfrentou dificuldades pelo fato de ser mulher. “Alguns homens, digamos “fracos psicologicamente”, sempre acharam que eu tinha interesse em bater marcas masculinas. Porém, eu jamais pensei nisto, sempre pensei em melhorar as minhas performances”, contou. A atleta acredita que seu foco tenha permitido que conseguisse marcas absolutas, ou seja, melhor entre homens e mulheres.

Apesar de ter enfrentado a barreira psicológica, quanto a parte física, a recordista acredita que mulheres e homens são iguais. “No mergulho livre, onde a força muscular não interfere tanto, onde outros fatores tomam conta do cenário, os homens que não se surpreendam pelo fato de que as mulheres estarão sempre por perto, senão além!”. Ela não dá bola para possíveis diferenças entre sexos e admite odiar os extremos, tanto o machismo como o feminismo.

Karol afirma ter sido sempre respeitada em seu ambiente de trabalho. Para ela o fato de não haver preconceito no mergulho se deve a competição sem barreiras, pois todos buscam romper limites. “A diferença está em buscarmos a evolução no esporte e como pessoas”, define a atleta. Para ela, as pessoas envolvidas com o mergulho têm “espírito bem mais aberto”.

Instrutora – Como instrutora Karol tem se dedicado a acompanhar novos mergulhadores, tanto homens como mulheres e já revelou novos talentos e aprimorou outros. “Eles certamente irão me “bater” com muito orgulho. Minha meta como instrutora é a de levar estas pessoas ao topo do mergulho livre e já estou conseguindo resultados neste outro lado do esporte”.

Tanto para homens como para mulheres, os treinamentos são específico, “pois são programados de acordo com a capacidade do atleta”. Quanto às meninas, a instrutora sente falta de mais desprendimento e sede por aventura, sempre “equilibrando as demais dimensões da sua vida” porque “cá entre nós, isto não é algo fácil nem para homens, nem para mulheres”, concluiu.

Para as iniciantes no mergulho as dicas de Karol são básicas: condicionamento físico, seguido de treinamento de técnicas respiratórias, alongamento e um treino bem programado de atividades, envolvendo exercícios aeróbicos, anaeróbicos e apnéia. Freqüentar um curso seria o ideal para reunir de imediato, teoria, prática em piscina e mar.

Este texto foi escrito por: Roberta Spiandorim