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Para Ulysses, 7º título em velocidade foi o mais disputado


Ulysses no final do Sertões 2001. (foto: André Chaco / Arquivo Webventure)

Ulysses Bertholdo já venceu o Campeonato Brasileiro sete vezes em rali de velocidade, mas não se lembra de uma disputa tão acirrada quanto a que lhe rendeu o título desde ano. Para se ter uma idéia, a decisão veio na última especial da etapa final (anteontem) e a vantagem de Bertholdo e seu navegador Alberto Zoffman foi de nove décimos de segundo.

Em entrevista ao Webventure, o piloto da Mitsubishi comenta a temporada 2001, a parceria com Zoffman e a dedicação integral ao off-road.

Webventure – Como você avaliou a disputa do Brasileiro de velocidade neste ano?
Ulysses Bertholdo
– Foi o mais disputado dos últimos dez anos. A diferença entre os primeiros às vezes era de décimos de segundo. Para se ter uma idéia, no domingo (11/11), na última especial, vencemos com a vantagem de nove décimos de segundo, o que nos deu o título na geral.

No sábado, tivemos problemas de pneus e estávamos em quarto lugar na especial. Se chegássemos em terceiro, seríamos campeões da categoria N4 (para carros 4×4) e quem estava nessa posição era o Guilherme (Spinelli, companheiro de Bertholdo na equipe Mitsubishi). Ele tirou o pé e a gente passou.

A decisão do título na geral, entre eu e o Édio (Füchter), ficou para domingo. Quem chegasse na frente, ganharia o título. Eu e o Guiga nos alternamos na liderança da prova e deu tudo certo.

Webventure – Cada um dos seus sete títulos em velocidade deve ter um gosto especial…
Ulysses
– Sem dúvida, por ter sido o mais disputado este é o que tem o gostinho melhor. Mesmo porque não considero que a gente era favorito neste rali. Era uma prova rápida, com média entre 180, 200, 220 km/h, o que não é propício para o nosso carro. Acho que a chuva que caiu no fim de semana ajudou, eu gosto de andar na estrada com um pouco de barro, meio escorregadia.

Webventure – Conte um pouco da sua trajetória em velocidade e das diferenças deste tipo de rali com o cross-country, que tem o Sertões como exemplo.
Ulysses
– Comecei em 1992 e segui até 93 no velocidade. Depois voltei em 96 e continuo até agora. A diferença para o cross-country é que você reconhece o percurso antes. O navegador vai anotando todas as curvas, a gente estipula o grau de dificuldade de cada uma e por isso consegue entrar muito mais rápido do que no cross. Mas as duas são provas de velocidade. Outra diferença é que, em velocidade, as especiais são curtas, não passam de 30 km.

Webventure – Como é a parceria com o seu navegador Alberto Zoffman?
Ulysses
– Começamos a correr juntos neste ano, eu já o conhecia da velocidade. É um dos melhores navegadores que eu tive até hoje, superorganizado e uma boa pessoa. É muito importante o bom relacionamento piloto-navegador.

Webventure – E quais são as expectativas para este fim de temporada no cross?
Ulysses
– Eu não tenho mais chances de ficar com o título porque fui mal no Rally dos Sertões, que tem um peso muito grande no campeonato. De agora em diante vou fazer de tudo para tentar ajudar o Guilherme, como ele me ajudou no velocidade. Somos amigos de fora das corridas, de fora da Mitsubishi. O importante é que um de nós vença, que a equipe ganhe.

Webventure – Depois da final do Brasileiro de cross, em dezembro, você vai poder curtir umas férias antes da temporada 2002?
Ulysses
– Não sei o que são férias há uns quatro anos. Na verdade esta época, em que acabam os ralis, é de muita atividade, a gente tem de correr atrás de patrocínio – se bem que agora estou numa equipe oficial – e preparar o carro para o ano seguinte. Até então eu e o Guilherme dirigíamos a equipe, a gente se mudou para São Paulo e trabalhava todo dia de manhãzinha até a noite. Agora temos o Wilson Fittipaldi cuidando do time e poderemos nos dedicar à pilotagem e nos preparar melhor para isso.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira