Jean completou a prova em seu primeiro ano nos carros (foto: David Santos Jr/ www.webventure.com.br)
A dupla da equipe Petrobras Lubrax Jean Azevedo e Youssef Haddad, 23ª colocada na classificação geral na categoria carros e os melhores sul-americanos na competição, apesar das dificuldades, correm atrás de um desejo que parece não ser impossível: vencer uma edição do Dakar. A experiência de nove anos de Jean nas motos uniu-se à estréia de Youssef na competição resultou em um ano de aprendizado e crescimento da dupla sobre quatro rodas.
Aprendi muita coisa nova. Tudo o que aconteceu, de bom e ruim, valeu como aprendizado mesmo, mas superamos tudo e concluímos o rali. Estou motivado para desenvolver e aplicar tudo em 2010 e ter um melhor resultado, revelou o piloto.
As dificuldades encontradas pelos brasileiros foram muitas. Uma delas foi um sério problema que a dupla encontrou no carro, nas últimas etapas da competição, que obrigou os competidores a usarem mais de 10 litros de óleo em um dia de disputa. Além do carro, outras complicações aconteceram durante a prova. Na cidade de Fiambala, o carro atolou a cada cem metros rodados. Isso começa a desanimar, teve um desgaste mental e físico. A cabeça tem que segurar o cansaço do corpo. Aconteceu algo curioso, cheguei no apoio esgotado e tinha um adesivo bem pequeno no carro de uma equipe espanhola dizendo A dor e o sofrimento são passageiros, as realizações são para sempre. Ai que eu vi que o Dakar era isso, contou Youssef.
Para o navegador da dupla, o sonho de se tornar o primeiro colocado no pódio do Dakar não é uma tarefa impossível. Falei isso no último dia do Sertões e repito: não é impossível andar na frente dos Volkswagens. Eles tem um equipamento superior, mas são dois seres humanos lá dentro que podem acertar e errar. Claro, temos que trabalhar e nos preparar muito, mas impossível não é, disse Haddad, que explicou que é necessário ter um bom equipamento e também ter um bom preparo e entendimento da prova.
Evitar erros – O desejo de vencer o Dakar passou pelos dedos de Carlos Sainz e Michel Perin, no penúltimo dia de prova. Líder isolado entre os carros, sofreu um acidente em um rio seco e teve que abandonar a prova. Youssef explica que o acidente poderia ser evitado se o piloto tivesse controlado a emoção.
Tinha um erro de planilha, foi o pior dia da planilha. Mas a partir do momento que a organização avisa que tem erros e que precisava tomar cuidado, é preciso diminuir o ritmo e segurar o piloto. Eles confiaram demais no roadbook e caíram, faltou entender a dificuldade e diminuir o ritmo. Não se ganha o rali em uma curva, mas se perde em uma curva. E foi o que aconteceu com o Sainz. Ele quis ser mais rápido do que precisava, explicou.
A 23ª colocação no Dakar fez o navegador ter dois dos seus três sonhos realizados: ir um Dakar e completá-lo. O terceiro é vencer, o que pode acontecer em 2010. A equipe prepara a temporada já colocando o maior rali cross-country do mundo em vista. Jean explica que, no ano, as únicas certezas são a participação no Rally dos Sertões e uma negociação para participar do Campeonato Brasileiro.
Este texto foi escrito por: Bruna Didario