Neste ano, o IV Campeonato Brasileiro de Rafting, marcado para
os dias 17 e 18 deste mês, vai estar ainda mais quente. Não
apenas pelas provas serem disputadas no Rio (ano passado
foram no Sul), mas também porque a equipe vencedora da
categoria masculina ganhará o direito de participar de duas das
mais cobiçadas provas de rafting do mundo: o Camel White
Water Challenge, em agosto, na África do Sul, e o Campeonato
Latino-Americano, em outubro, na Costa Rica.
Para quem ainda não se aventurou no mundo do rafting
competitivo, ele se divide em três provas. A primeira é o
descenso, a prova de tempo, que será de 3 km neste ano. Força
e resistência são pré-requisitos para o descenso, praticamente
uma prova de explosão. A segunda prova, mais técnica, é o
slalom, em que as equipes têm uma pista para completar. A
pista é sinalizada por balizas verdes nos locais, onde os atletas
devem passar a favor da corrente, e por balizas vermelhas
(chamadas de remonta), quando é necessário passar no sentido contrário à corrente.
Para esta prova, conhecimento de linha d’água e conjunto são essênciais.
A terceira prova é a preferida do público: o salvamento. Neste ano, as equipes terão que
cumprir quatro tarefas: o vira-e-desvira a 360º do bote, que já garante um belo espetáculo,
o portage (leia-se carregar o bote por terra) de 300m, e mais dois resgates a partir da
margem e do bote, onde um dos atletas é resgatado por um cabo de até 20m. No final da
prova, tudo é conferido pelo juiz. Esta também é a prova que toma mais atenção da
equipe responsável pela segurança dos atletas, para que nenhum acidente estrague a
festa da moçada do rafting.
A categoria masculina vai ter ainda mais novidades neste ano. É a prova de descenso de
canoagem, obrigatória no mundial, e que por isso faz com que cada equipe tenha um
canoísta mais “experiente” que os demais.
Como foi em 98 – No ano passado, o campeonato aconteceu em Três Coroas (RS),
local tradicional das provas de canoagem), no rio Paranhana II – III. Apesar de não possuir
grandes quedas, sua rapidez (é um rio de serra) exigiu muita concentração das 28
equipes presentes. Os destaques ficaram para Central Sul, que abocanhou o 1º lugar no
Masculino, vencendo os favoritos e até então detentores do título de campeões
brasileiros, Canoar Master. Na tentativa de uma linha mais rápida no descenso, a equipe
então favorita acabou furando uma das bisnagas do bote, chegando em 3º nesta prova. A
Canoar Duelo ficou em terceiro, seguida pela Brasil Raft e Ativa I.
Na categoria feminina, oficializada no segundo Brasileiro, a Canoar Black Trunk garantiu
o título de bicampeã, mostrando que a mulherada é capaz de bater até mesmo botes
masculinos e dando o recado de que força não é tudo. Em segundo, ficou a Canoar
Naiade, seguida pela West Coast Stilo Natação, numa prova muito disputada. Até
protesto (de resultado) aconteceu, assim como a desclassificando todas as equipes da
prova de salvamento.
A categoria iniciantes foi criada no ano passado, com o objetivo de incentivar quem está
começando, mas também quer voltar pra casa com medalha. O nível técnico e o número
de equipes inscritas surpreendeu os organizadores. Em 1º ficou a Canoar/Vertical
seguida por Mata Dentro, MadRiver ABEC e CS/ Escolinha.
Agora essa galera vai competir nas águas do Paraibuna III+, que divide os Estados do
Rio e Minas. É um rio largo, com grande trechos de remansos entre as corredeiras. Uma
delas foi escolhida a dedo para concentrar o campeonato deste ano: o “S”, bem técnico,
com o formato do próprio nome e cheia de refluxos. Vai ser um show para o público, que
vai poder ver tudo bem de perto. E a Webventure vai trazer todas as notícias. Até lá!
Este texto foi escrito por: Roberta Borsari
Last modified: julho 5, 1999