De 4 a 6 de abril, o Arnold Sports Festival South America ocupou o Expo Center Norte, em São Paulo (SP), e reafirmou sua reputação de ser muito mais do que uma feira fitness — é a verdadeira “Olimpíada dos esportes não olímpicos”.
Reunindo atletas de diversos estados e países em mais de 20 modalidades, o evento, organizado pelo Savaget Group, celebra força, superação e a pluralidade do esporte, dando visibilidade a práticas que, mesmo fora do circuito olímpico, mobilizam multidões.
Essa pluralidade está presente em todos os cantos: do bodybuilding com seus cards profissionais ao cheerleading, do powerlifting à calistenia, passando pelas lutas — tudo com competições de alto nível, participação de influencers com milhares de seguidores e histórias inspiradoras.
Um dos pontos altos foi a tradicional competição de bodybuilding Arnold Classic, organizada pela Musclecontest, que distribuiu cards profissionais aos atletas que sonham seguir os passos de nomes como Ronnie Coleman, Schwarzenegger e Ramón Dino.
O evento contou com disputas nas divisões amadora e profissional, incluindo bodybuilder e wheelchair. Os vencedores foram Ugolnikov ‘Goodvito’ Vitalii e Josué ‘Gorila Albino’ Monteiro, respectivamente.
Na sexta-feira (4), Maiara Rotta brilhou ao vencer a categoria fit model — novidade no festival — tornando-se a primeira brasileira profissional da divisão. Outros atletas que conquistaram o pro card foram: Talita Santos (figure), Emanuele Silveira (women’s physique) e Leonardo Barbosa (bodybuilder amador).
No sábado (5), Brenda Iracema venceu na categoria bikini em sua estreia no Arnold Classic South America. Na categoria Classic, o destaque foi Eduardo Falcão, que também garantiu seu diploma profissional.
No palco do Expo Center Norte, quem deu show foi o Gorila Albino, campeão entre os profissionais do wheelchair. Já o russo radicado no Brasil, Ugolnikov ‘Goodvito’ Vitalii, se candidatou ao top 10 mundial entre os bodybuilders ao superar Leandro Peres na final.
”Agora quero ter um físico maior, com mais qualidade e mais volumoso. Preciso trabalhar ainda mais para brilhar no Mister Olympia”, disse Ugolnikov Vitalii, o Goodvito.
As disputas do domingo (6) começaram com a categoria men’s physique, vencida por Arthur Pontes. Na wellness — categoria em que o Brasil é referência mundial — Jessica Oliveira levou o primeiro lugar.
Bitelo é o novo hit do momento
Um dos grandes destaques do evento foi Willian Brito Piovezan, o famoso Bitelo, que quebrou o recorde mundial de levantamento terra (341 kg) e fez sua estreia no powerlifting durante o Arnold Sports Festival South America.
A modalidade combina levantamento terra, agachamento e supino.
Ídolo nas redes sociais, Bitelo destacou seu papel como inspiração: “Quero motivar a galera a buscar o caminho certo e lembrar sempre da família. Nunca imaginei viver algo assim, vindo de uma realidade bem diferente. A recepção calorosa do público me surpreendeu e me emocionou’’.
Falando em força, os cliques dos celulares também estavam voltados para o strongman — tradução literal de “homem forte” —, com mulheres igualmente impressionantes em provas como empurrar, carregar, levantar e lançar pesos, testando os limites do corpo humano.
‘’O strongman, em poucas palavras, é um atletismo de força. O atleta é testado em várias capacidades: força absoluta, explosão, resistência cardiovascular’’, explicou Marcos Ferrari, da Confederação Brasileira de Strongman – CBSM.
“O que atrai tanta gente é esse imaginário do super-herói. Os atletas parecem personagens de filme, fazendo coisas que, pra maioria, seriam impossíveis. É isso que mexe com o público — ver alguém fazendo algo que parece sobre-humano’’.
Histórias de superação também marcaram o evento, como a de Klebson Diego, que cruzou o país com a ajuda de uma vaquinha para competir na calistenia. “Foram três dias de ônibus, mas estar aqui é um sonho realizado”, contou o atleta de Altamira (PA).
A calistenia é baseada no uso do próprio peso corporal para desenvolver força, resistência e flexibilidade, por meio de exercícios como flexões, barras fixas, agachamentos e pranchas.
‘’Como atleta e organizador de eventos, eu fico muito feliz de ver a calistenia ganhando esse espaço, tanto no cenário brasileiro quanto, principalmente, no internacional. Hoje o mundo inteiro está acompanhando essa competição e vendo o quanto somos capazes de entregar qualidade — tanto no nível dos atletas quanto na estrutura, comparável às grandes competições da Europa e dos Estados Unidos’’, afirmou Troia Lima, atleta e organizador de eventos de calistenia.
A música, a dança e as coreografias também deram um toque mais leve e vibrante ao ambiente esportivo. O cheerleading uniu dança, acrobacia e animação, com a participação de muitas crianças e adolescentes — remetendo a clássicos da Sessão da Tarde.
‘’Tudo começou mesmo no ambiente universitário, que deu essa visibilidade inicial. A partir daí, os ginásios passaram a investir na formação de crianças, e isso tem feito toda a diferença. Graças a Deus, o esporte está evoluindo muito bem. Cresce a cada ano, é até impressionante. Ainda é considerado novo por aqui, mas o desenvolvimento é visível’’, destacou Lucas Maia, da Confederação Brasileira de Cheerleading & Dança.
Apresentações de capoeira, lutas de jiu-jitsu, boxe e muay thai também estiveram na programação.
Com mais de 220 marcas expositoras e mais de R$ 1 bilhão em negócios gerados, o Arnold Sports Festival South America se consolida como uma vitrine estratégica para o mercado de fitness, nutrição e bem-estar.
O evento é patrocinado por Integralmédica, Max Titanium, Panatta, Smart Fit, Black Skull, Champion Watch, NaturalPraPet e Shark Pro Suplementos.
Foto: Savaget
Last modified: abril 6, 2025