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Parque de Torres Del Paine deve ser reaberto parcialmente na quarta-feira (4)


Brigadistas que estão tentando controlar o fogo (foto: Divulgação Exército do Chile)

O Parque Nacional Torres Del Paine, na Patagônia chilena, sofreu um incêndio que devastou mais de 12 mil hectares da vegetação local, de acordo com informações do governo daquele país. Na sexta-feira (30/12), o parque foi fechado e cerca de 700 turistas foram evacuados. O fogo foi controlado na tarde do dia 1º de janeiro, e o presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou que a reserva natural deve ser parcialmente reaberta na quarta-feira, dia 4 de janeiro.

A reabertura inclui as áreas no norte do parque, desde o refúgio de Los Cuernos, passando por Las Torres, Seron, até o acampamento Los Perros. Os principais circuitos de trekking, conhecidos como W e O, só poderão ser percorridos parcialmente. O caminho de Los Cuernos até a Base Torres deve abrir normalmente, assim como o refúgio e camping Dickson.

De acordo com a dona da hospedagem Las Torres, Liliana Kusanovic, “a entrada por Laguna Amarga não corre perigo, sendo que o caminho tradicional para o parque pode ser feito a partir de Cerro Castillo. Toda a parte norte do parque, onde fica a maioria das atrações, pode ser visitada sem problemas”.

O desastre. Entre os seis focos de queimada em Torres Del Paine, quatro já foram controlados e os outros seguem sendo combatidos. Um turista israelense de 23 anos, Rotem Singer, foi detido, acusado de ter iniciado o principal foco de incêndio no dia 28 de dezembro.

De acordo com a imprensa chilena, o jovem teria queimado acidentalmente papel higiênico, o que iniciou o desastre ambiental. Segundo autoridades, ele teria confessado o ato, mas depois negou qualquer responsabilidade. O turista está com o passaporte apreendido e, se for julgado culpado, pode ser preso por até 60 dias e pagar multa de até 157 mil pesos chilenos (R$ 566).

De acordo com Alice Uchoa, brasileira que estava no parque até dia 29, o refúgio de Pehoe foi destruído pelo fogo e a fumaça já alcançava os cumes das montanhas mais altas do maciço de Torres Del Paine, que dá nome ao parque.

“A situação estava bem triste. As companhias de ônibus ficaram sobrecarregadas com os turistas que tiveram de ir embora. Muita gente que se programou para passar o ano novo no parque teve de voltar. Além do prejuízo ambiental, que foi terrível, também houve um grande prejuízo financeiro, pois muitas pessoas vivem boa parte do ano com o dinheiro do turismo”, contou Alice, ao Webventure.

Histórico. O parque de Torres Del Paine é uma das maiores reservas naturais do Chile, contando com uma área de aproximadamente 242 mil hectares. A região abriga diversos vales e o enorme maciço de Paine, repleto de torres e picos, além do Glaciar Grey. Leia mais aqui sobre o parque.

O incidente ocorrido no final de 2011 não é o primeiro a devastar a reserva. Em 2005, o mochileiro tcheco Jiri Smitak iniciou um incêndio acidental, que durou dez dias e consumiu 15,5 mil hectares de vegetação. Nessa ocasião, o governo na República Tcheca emitiu um pedido oficial de desculpas ao Chile e doou 1 milhão de dólares ao governo, para esforços de reflorestamento.

Assista ao vídeo, publicado no YouTube, de um turista que viu o incêndio de perto:

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi