Área do parque vai aumentar para 231 mil ha. (foto: Jurandir Lima/ TrilhasTrilhas)
Fechado para visitação pública, mas de grande importância para preservação do ecossistema de transição do cerrado para a caatinga, o Parque Nacional Grande Sertão Veredas ganhou um presente na semana passada da ministra do Meio Ambiente Marina Silva: 231 mil hectares de área.
A área do parque original, criado em 1989, tinha 84 mil ha, e com a ampliação foram somadas 147 mil ha. Com isso, o Grande Sertão Veredas passa a abranger uma região do extremo noroeste de Minas Gerais ao extremo sudoeste da Bahia.
A briga dos ecologistas e ambientalistas pela ampliação vem desde 2002, com o objetivo de proteger a área com incidência de espécies ameaçadas de extinção e o berço dos rios Formoso, Carinhanha e Itaguari, que abastecem vários municípios da região. Em 2003, houve duas audiências públicas em maio e junho nos municípios de Cocos (BA) e Formoso (MG), conforme a lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
Preservar para ter o que contar – Um dos mais belos romances brasileiros, Grande Sertão: Veredas, escrito em 1956 por Guimarães Rosa, foi mote para o nome deste parque, paixão do colaborador do Webventure Jurandir Lima. Estou muito feliz com a notícia, já que a região a preservação é extremamente importante. Jurandir, que também é engenheiro ambiental, fotógrafo e organiza expedições comerciais pelo país, esteve recentemente no parque, em março passado. Para ler a reportagem especial, clique aqui.
Se a medida não fosse tomada, cada vez mais o parque seria engolido pelos fazendeiros da região, explica Jurandir. Ele se refere à forte presença da agricultura de soja no local, preferida pelos fazendeiros. O capim-braquiara é também outra cultura do local, considerada ouro pelos agricultores. Outra monocultura forte é o café irrigado com pivôs-centrais, o que contribui ainda mais para o processo de assoreamento dos cursos d´água.
A preservação da região do Grande Sertão Veredas tem como objetivo reduzir o risco de degradação do cerrado e caatinga por essa expansão da agrícola, por exemplo, Além disso, a região abriga espécies raras e ameaçadas de extinção, entre as quais o raríssimo pato-mergulhão, uma das aves mais ameaçadas do país, com população total estimada em apenas 250 indivíduos.
Entre os mamíferos encontrados no Parque estão a jaguatirica, a onça-pintada, o veado-campeiro, a lontra, o bugio e o tatu-canastra. Entre os representantes da fauna, destacam-se a águia- cinzenta e o gavião-casaca-de-couro, além de aves raras como a arara-vermelha e o papagaio-curau. O Parque protege, ainda, importantes nascentes do Rio São Francisco, que contribuem com 20% de sua água.
Este texto foi escrito por: Cristina Degani
Last modified: maio 25, 2004