Webventure

Passo a passo, as etapas e emoções do Dakar 2001

Paris, castelos espanhóis, desertos, pedras imensas, florestas e temperaturas que vão de -4º a 40º. As vinte etapas do Rally Paris-Dakar, o maior rali do planeta, que acontece entre 01 e 21 de janeiro de 2001 e contará com cobertura on line do Webventure, trazem surpresas e desafios de tirar o fôlego.

Para ajudar a entender um pouco as diferenças de cada um dos dias de rali, Klever Kolberg, piloto de carro da equipe Br Lubrax que estará no Dakar 2001, explica etapa por etapa quais são os principais obstáculos e as características mais marcantes de cada trecho. Da França ao Senegal, serão mais de 10.000 km de aventura.

No início, a festa – Na 1ª etapa (Paris-Narbone – 910 km de deslocamento – 6km de especial) o grande charme é a largada de Paris. É uma grande festa, que conta sempre com a participação do público,apaixonado pelo rali. “Muitas pessoas aparecem lá para nos dar apoio, é algo realmente muito bom”. Como diz um dos slogans do rali, o Paris-Dakar é “um desafio para os que vão e um sonho para os que ficam”.

Os apenas 6km de especial devem ser percorridos em um circuito fechado e o barro apresenta-se como o principal desafio. Esta parte do rali ainda é aberta ao público, que poderá curtir grandes feras do off-road do mundo inteiro.

A segunda etapa (Narbone (FRA) – Castellón-Costa Azahar (ESP) – 530km de deslocamento e 30 km de especial), embora um pouco mais árida que a primeira, ainda não pode ser vista como uma demonstração dos verdadeiros perigos do Dakar. A maioria do trecho será rodada em asfalto, durante os deslocamentos. Mais uma vez, uma festa para o público e, para os pilotos, um importante aquecimento.

No terceiro dia de prova (Catellón-Costa Azahar – Almeria – 440 km de deslocamento e 5 km de especial), acontece a última etapa européia, na Espanha. Geralmente, trata-se de uma demonstração no aeroporto. “Ainda não é um trecho muito importante, a menos que você capote ou sofra algum acidente”, explica Klever. Daí, os pilotos voam para solo africano.

Começa o rali africano – Já no Marrocos, tem início a fase mais dura do rali. A quarta etapa (Nador – Er Rachidia – 463 km de desalocamento e 139 km de especial) já é uma etapa importante. “Esta é a chamada etapa clássica marroquinha. Neste ponto, a gente já encontra muita erosão, muita pedra”, explica o piloto da Br Lubrax.

A partir daí, o rali começa a ficar mais “quente”. A quinta etapa (Er Rachidia – Ourzazate – 239 km de deslocamento e 333 km de especial), com uma quilometragem maior de especial e um terreno mais arenoso, passa a exigir mais dos competidores. É um momento que pede concentração. A mesma coisa acontece na etapa seguinte (Ourzazate – Goulimine – 303 km de deslocamento e 305 de especial).

Grandes retas, com alguns trechos sinuosos, devem marcar o sétimo dia de rali, ainda no Marrocos (Goulimine – Smara – 69 km de delocamento e 420 km de especial). Entrando no chamado “inferno da Mauritânia”, os pilotos precisarão estar bem preparados para o oitavo dia de prova, que vai de Smara – el Ghallaouiya (9 km de deslocamento e 619 km de especial). Começam a surgir as temidas dunas.

No nono dia de prova (el Ghallaouiya – el Ghallaouiya – 518 km de deslocamento – 518 km de especial) acontece uma etapa oval, em que os pilotos dão uma grande volta no deserto, retornando para o mesmo local da partida.”Será uma etapa séria, onde devem começar as desistências”, explica Klever.

A décima etapa (el Ghallaouiya – Atar – 5 km de deslocamento – 435 km de especial)assim como as anteriores, é uma mescla de dificuldades de pilotagem e de navegação.

Descanso e mais areia – No 11º dia de prova, um merecido descanso no Rally Paris-Dakar. Os copetidores poderão ficar um dia inteiro na cidade de Atar e aproveitar o tempo para manutenção dos veículos. “Se existe um Deus do vento, ele mora em Atar. É um lugar onde venta muito e sempre há tempestades de areia. As especiais cosrumam ser difíceis neste lugar mas, para o dia de descanso, é possível negosiar um banho de balde”,explica Klever.

A partir daqui, as especiais ficam cada vez mais áridas: Atar – Nouakchoutt ( 71 km de deslocamento e 437 de especial), Nouakchoutt – Tidjikja (74 km de deslocamento e 580 de especial) e mais a etapa oval Tidjikja – Tidjikja (74 km de deslocamento e 580 km de especial) injetam na prova toda a adrenalina, com dunas, tempestades de areia, pedras gigantescas.

O fim se aproxima – Já na 14ª etapa (Tidjikja – Tichit – 4 km de deslocamento e 234 km de especial), o rali começa a ganhar um clima decisivo. “Apesar da especial não ser tão grande, as dificuldades começam a se multiplicar”, explica Klever Kolberg.

Já no Mali, a próxima etapa (Tichit – Nema – 449 km de especial) continua apresentando dificuldades e testando, principalmente, a resistência física e psicológica dos competidores. Já começa-se a encontrar, aqui, um pouco de vegetação.

De Nema a Bamako (562 km de deslocamento e 214 de espcial), embora o trecho de especial seja menor, há muitas pistas diferentes, crateras abertas por agricultores e um grande risco de se perder tempo procurando pela rota correta. Rumo a Bakel, serão, no total, mais 804 km (434 km de deslocamento e 370 de especial). “Neste trecho, o desgaste é grande por causa do imenso deslocamento. Acho que comprarei uma almofada especial”, brinca Kolberg.

O fim se aproxima, e a adrenalina aumenta para os que continuam no Dakar. De Bakel a Tambacounda (7 km de deslocamento – 285 km de especial), a grande preocupação passa a ser não cometer grandes erros para chegar ao fim do rali.

Na 19ª e penúltima etapa (Tambacounda – Dakar – 347 km de deslocamento e 217 de especial), os pilotos já no Senegal, começam a enfrentar os efeitos do calor e, ao mesmo tempo, o frio na barriga da chegada a Dakar.

Enfim, a última etapa de Rally Paris-Dakar (Dakar – Dakar – 70 km de deslocamento e 25 km de especial). É mais uma etapa oval. “Não é uma etapa decisiva, nesta altura, já é possível arriscar quem será o vencedor. Porém, há riscos e uma falha pode tirar até o melhor piloto da prova”, explica Klever Kolberg.

Este texto foi escrito por: Débora de Cássia