Foi o percurso mais longo já realizado em canoa havaiana em um só dia no Brasil. (foto: Ivan Storti / Divulgação)
A equipe Paulistano venceu a Volta à Ilha de Santo Amaro, que marcou a abertura do Brasileiro de canoas havaianas e foi realizado anteontem (29/03), em Santos (SP). A competição teve 10 equipes, que remaram 80 km, a maior distância feita em disputas de canoagem no Brasil num único dia.
A vitória do Paulistano foi dupla, tanto na disputa masculina quanto na mista (três homens e três mulheres o tempo todo na canoa). O mesmo time detém os títulos nacionais das duas categorias e, em 2001, venceu a primeira prova longa de canoas havaiana realizada no país.
No masculino, o tempo obtido pelo Paulistano nos 80 km foi considerado acima da expectativa: 6h41min10. Em segundo chegou o Vit Shop/EAS, que acabou virando duas vezes durante o percurso e perdeu tempo importante, terminando após 7h05min16.
Entramos na prova com várias estratégias preparadas e poderíamos mudar durante o percurso, dependendo das condições que teríamos pela frente. Aparentemente o mar estava bom, mas com alguns quilômetros já vimos que não seria fácil. Mostramos um excelente entrosamento e fizemos trocas perfeitas, disse o capitão do time campeão, Fábio Paiva, que é um dos introdutores das canoas havaianas no Brasil.
Paiva teve como companheiros, Eduardo Coelho, José Roberto Pupo, Maurício Borsari, Rafael Leão, Sérgio Pietro, Caio Romano, Ricardo Muller e Felipe Benassi.
No encalço – Na disputa mista, o Paulistano/ Memorial também remou na frente do início ao fim, chegando a superar uma das equipes masculinas, a Brucutus/ Jaguareguava, além de ficar muito perto da Vit Shop, que é campeã nacional de velocidade. O time terminou o desafio em 7h09min40, apenas 4 minutos e 24 segundos atrás da vice-campeã masculina.
As meninas estão de parabéns, posso dizer que chegamos na praia da mesma forma que saímos. Particularmente, participar de uma competição como essa era um sonho, e acho que ela tem tudo para se tornar uma prova internacional, completou o capitão da Paulistano Memorial, que contou também com Bebeta Borsari, Diego do Vale, Fábio Maradei e Rafael Busato.
A segunda colocada na Mista foi a Quasar/Lontra Radical, o mesmo time que é um dos melhores do Brasil nas corridas de aventura. “O desempenho foi melhor que o esperado. Eu, o Fabrizio e o Victor não temos experiência em competições de canoa havaiana e não tivemos tempo para treinar muito”, disse Marina Verdini. “Mas por causa das corridas de aventura estamos acostumados a sofrer. Aqui o movimento repetitivo cansa, exige demais da parte lombar. Mas foi muito legal, eu me senti bem nos quilômetros finais. Para quem faz provas que levam dias, uma competição de algumas horas passa rápido.”
Os times largaram às 9h30 da Ponta da Praia, em Santos, e fizeram toda a costa de Guarujá, fechando a metade da prova no Canal de Bertioga. Desceram todo o canal até o Porto de Santos e finalizaram o trajeto novamente na Ponta da Praia.
A escolha do caminho mais rápido foi decisiva. Além do sol forte, os competidores enfrentaram o mar agitado na primeira metade do trajeto, que exigiu mais esforço tanto para manter a velocidade quanto para equilibrar a canoa. Algumas equipes optaram por ir mais para mar aberto, enquanto outras foram mais perto da costa e tiveram de enfrentar as ondas, que podiam virar a canoa, como aconteceu em alguns casos.
O mar agitado acabou causando um grande susto na equipe mista do Paulistano. É que o taco (peça de madeira que dá maior estabilidade à canoa) foi perdido e a sapatilha da remadora Gisele Volpi foi improvisada no lugar. Saímos num horário em que o mar estava virando, tanto que a canoa levantou várias vezes. Quando a equipe está com um astral bom a canoa anda, o que foi o nosso caso, disse Miguel.
Revezamento – A estratégia de trocas de atletas durante o percurso foi outro ponto importante. Cada time pôde revezar integrantes; na canoa havaiana são seis remadores e todos os times levaram mais três atletas. A substituição tinha de ser feita com a canoa em movimento.
Carmen Lúcia da Silva, que já competiu no Eco Challenge, a corrida de aventura mais famosa do mundo, foi a única competidora a fazer a prova toda, sem revezar. Ela remou pela equipe PBL, terceira colocada na disputa mista. Estou inteira. Adorei, comentou ao chegar.
E a prova mais longa já realizada no Brasil deverá logo ser superada. O próximo desafio das canoas havaianas será a Travessia Santos-Ilhabela, no mês de junho, com aproximadamente 120 km de percurso.
Categoria Masculina
1) Paulistano 6h41min10
2) Vit Shop/EAS 7h05min16
3) Brucutus/Jaguareguava 7h22min35
4) Gesner/Lobo do Mar
5) Espéria
Mista
1) Paulistano/Memorial 7h09min40
2) Canon Quasar Lontra Radical 7h29min52
3) PBL 8h01min37
4) Bandeirantes
5) Espéria
Este texto foi escrito por: Webventure