Webventure

Paulo Bertolini e Daniel Dalla Costa vencem etapa do Paulista de Cross-country nos carros


A L200 EVO de Jairo de Freitas/Wagner de Paula (foto: Donizetti Castilho)

A segunda etapa do Campeonato Paulista de Cross Country ficou indefinida até a última especial. As duplas estavam com dificuldades de manter os resultados nas quatro baterias e ninguém sabia se estava na frente. Quem chegou mais perto de ser regular foi a dupla de Bento Gonçalve (RS), Paulo Bertolini e Daniel Dalla Costa.

O Rally dos 300 anos, em homenagem ao aniversário de Pindamonhangaba, palco da prova, teve três passagens por uma especial de 26 quilômetros, que mesclava alguns trechos de velocidade muito alta com outros de muito buraco, cotovelos radicais e alguns atoleiros. Logo depois, as equipes se dirigiram para o campo de teste da RallySP, organizadora do evento, para decidirem a prova na última especial de 9 quilômetros.

A primeira volta nas fazendas deixou alguns navegadores doidos e as curvas muito fechadas obrigaram alguns pilotos a manobrar. “Larguem sem odômetro. Estava tentando fazer pelo GPS, mas foi um sufoco! Não achava os caminhos e perdemos bastante tempo”, disse Mark Von Borris, navegador de Cristian Baumgart, vencedor da etapa de abertura. A dupla Jairo de Freitas e Wagner de Paula foi a mais rápida, com 25min cravados, na estréia da L200 EVO para provas de velocidade. “Adaptei-me muito rápido ao carro. O centro de gravidade dele é mais baixo, senti a Evo muito mais na mão”, disse o piloto.

Segunda Bateria – Na segunda passagem, os pilotos já estavam mais acostumados com as dificuldades da pista e aceleraram mais. Foi aí que puderam perceber que, na verdade, os problemas tinham apenas mudado, e muitos carros perderam o rumo. “Pegamos grama molhada e escapamos em uma curva, descemos o barranco e fomos parar só em uma árvore”, contou o navegador Júlio Arakaki, que chegou com a L200 R com a frente destruída.

E não parou por aí. “Logo na largada quebramos a tração, perdi o controle em uma curva e tombei o carro” disse Magno Aragão. “Tivemos só um pequeno problema. A nossa roda dianteira direita caiu .Uma pena, porque o Oberdan [Reis] estava com a macaca hoje”, contou Daniel Gonçalves, sem perder o bom humor. A dupla mais rápida da bateria foi Paulo Runga e Kleber Cineca, que tinham capotado na primeira passagem e estavam sem o pára-brisa. “Começamos a dupla esse ano e já entramos para vencer, mas dessa vez exageramos um pouco”, disse o piloto.

Na terceira bateria, a dupla Cristian Bamgart e Mark Von Borris conseguiu se achar e foi a única a baixar o tempo para menos de 23 minutos, exatamente oito décimos a menos. Foi a volta mais baixa da prova.

“Estamos sempre brigando por segundos. Agora, na última especial não dá para aliviar. É entrar pra ganhar”, dizia Bertolini ao entrar na S10 para largar em um circuito fechado de 9 quilômetros. Ele ficou em terceiro na bateria, mas venceu na geral.

“Esse tipo prova favorece os carros mais rápidos. Fiquei surpreso em ganhar com uma S10. Foi maravilhoso”, comemorou o piloto. A dupla da categoria Super Production tinha como principais adversários as duas L200 Evo incritas na prova e um batalhão de L200 RS. Gaúcho erradicado no rali de velocidade, ele se fez valer da experiência em repetir diversas vezes o mesmo percurso para vencer.

A prova bateu recorde de caminhões inscritos e todos terminaram a prova raridade na categoria. Ricardo Domingues, com o navegador Henrique de Oliveira estava na frente disparado durante toda a prova, mas atlou na terceira bateria e cedeu o lugar mais alto do pódio à André Azevedo, que também veio com navegador diferente, Maykel Justo. “Ele tem experiência em Raid, é a primeira vez que corre velocidade, e foi muito bem”, explicou Azevedo. “É tudo mais rápido, mas consegui me adaptar”, concluiu Justo.

Acidente – Mesmo vencendo a primeira bateria na estréia do carro novo, uma L200 Evolution, Jairo de Freitas e Wagner de Paula levaram um susto na segunda passagem. Colidiram seriamente com uma árvore a menos de dois quilômetros do fim da especial.

“Vínhamos em uma reta a mais de 130km/h, a planilha indicava um pequeno ‘S’ e eu vi que dava para cortar e passar reto. Só que aquilo era uma ponte, o que não constava na planilha, a roda dianteira direita bateu na vala, arrebentou a suspensão e furou o pneu traseiro, do mesmo lado. Perdi na hora o controle do carro, viramos passageiros, e batemos na árvore”, contou Freitas, depois de voltar do hospital.

Ele disse que estava com o cinto um pouco folgado e levou um tranco forte no peito com a pancada. Foi encaminhado ao Hospital de Pindamonhangaba para fazer exames, e rapidamente liberado, sem nenhuma contusão séria. O navegador nada sofreu. Pelo menos a dupla já tem uma certeza: “É um carro bem seguro”, conclui Freitas.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa