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Paulo e Helena Coelho estão de volta do Everest em Katmandu


Acampamento base do Everest (foto: Helena Coelho)

Os montanhistas brasileiros Paulo e Helena Coelho estão desde ontem em Katmandu, no Nepal, e retornam ao Brasil após dia 5 de junho. Em contato com a Redação Webventure, o casal conta que não conseguiu escalar a montanha sem oxigênio suplementar, mas que fez a tentativa da escalada duas vezes.

Helena conta que na primeira vez eles subiram no mesmo dia que o Vitor Negrete. “Subimos – nós três – no mesmo dia para o Colo Norte. No dia seguinte, o Paulo começou na frente a subir para o campo 2, em seguida, passou pela minha barraca o Vitor e depois eu saí. Na subida, escutei pelo radio a confirmação da morte do inglês David Sharp, o que foi um baque para nós, pois ele fazia parte do mesmo grupo de permissão de escalada”.

Ela fala que logo depois receberam o pedido do guia George Djmarescu para ajudar a descer um outro membro do mesmo grupo de permissão, o malasiano Ravi, que estava com os dedos das mãos bastante congelados e que vinha descendo lentamente.

Adiamento da escalada – Explica Helena que com este novo evento, o casal não teve dúvida em postergar a subida. “O Paulo foi até o campo 2, fez um depósito da nossa carga, eu voltei para o Colo Norte e fiquei esperando eles chegarem ate aí. O Paulo ainda falou com o Vitor quase chegando no campo 2 que iria descer para ajudar o Ravi. O Paulo juntamente com o sherpa do Ravi e mais a ajuda de outro sherpa que subiu para ajudar, conseguiram chegar com ele aproximadamente às 22 horas no ABC (Campo Base Avançado)”.

Como eles adiaram a subida, perderam a janela e desceram para descansar no BC (campo base) onde estava o Rodrigo Raineri, dupla de Vitor que também faria tentativa na próxima janela, pois estava se recuperando de uma infecção na garganta. “Foi enquanto estávamos no BC que, juntamente, com Rodrigo soubemos da morte do Vitor”, conta a montanhista.

Segunda tentativa – A frustação do casal desta vez foi um furto de equipamento, igual ao acontecido com Vitor e Rodrigo. Os montanhistas no Everest montam (ou sozinhos ou com auxílio de sherpas) mais de duas barracas em sua escalada, no caso os acampamentos base, base avançado, campo1 e campo 2. Isso é levado quando eles fazem a aclimatação, quase um mês antes da escalada. Assim, deixam a mínima estrutura deles montada.

“Fomos para o campo 2 e a barraca que íamos usar alguém havia pego, junto com os sacos de dormir, os isolantes…”, conta Helena. “Tivemos que voltar para o campo 1 o Colo Norte – debaixo de neve, escurecendo. Ficamos sem tempo para mais uma tentativa pois as monções já estavam chegando; estávamos no limite do tempo”. E acrescenta: “desse jeito, na próxima vez, se houver, teremos que contratar sherpas como guardas, pois assim, se alguém pegar as nossas coisas, eles se viram para indicar uma outra barraca para nós. Com tanto sherpa novo por aqui, essa pode ser a única alternativa”, diz.

Este texto foi escrito por: Cristina Degani