Pichini e Lourival vão correr pela Red Line (foto: David Santos Jr/ www.webventure.com.br)
O piloto estréia, enquanto o navegador já completou quatro edições de Dakar na carreira. A união de Paulo Pichini e Lourival Roldan, que mescla experiência com comprometimento, se deu por indicação de outro experiente piloto. Juntos, preparam-se para o maior rali cross-country do mundo, realizado na Argentina e Chile.
A decisão de participar da prova aconteceu há mais de um ano. Paulo se planejou para correr com sua equipe e chamou Klever Kolberg para ser seu coach, que o instruiu a competir com uma equipe experiente. Chegamos à conclusão de que seria mais eficiente e de menor custo já participar de uma equipe experiente. Vou correr pela Red Line, de Portugal. Dei sorte de fechar com o Lourival, que não tinha compromisso nenhum na época do rali, explicou Pichini.
Com experiência na competição internacional, Roldan considera-se uma pessoa pé quente. Andei com o Klever nos Dakar e os resultados vieram muito em função dele. Tivemos sorte também em acertar alguns caminhos e passar alguns competidores. Soubemos fazer as coisas certas, sem forçar e dando o máximo de nós e da máquina, disse Lourival.
O Dakar será a segunda competição da dupla, que estreou no Rally dos Amigos, no dia 6 de dezembro em Itatinga (SP). Foi a primeira prova que corri com o Lorival e foi super tranqüilo. Também foi a primeira prova que eu concluí esse ano, tive uma temporada ruim e não corri muitas provas. Era um conjunto de novidades: o carro foi refeito e o navegador novo. Tivemos uma sinergia muito boa dentro do carro, o Lorival tem experiência e noção dos limites, e foi o que ele passou. Tive momentos de desconcentração por conta do carro novo, contou o piloto, que tem cinco participações no Rally dos Sertões.
A dupla estreante realizou preparações distintas por conta da experiência na modalidade. Lourival manteve a mesma rotina e aproveitou para cuidar da saúde realizando um check-up. Não se pode estar no meio do Dakar e, de repente, sentir uma dor de dente. Tem que estar bem fisicamente e psicologicamente, pois é um esforço que dura dias, revelou Roldan.
Pichini aproveitou o ano para ter um comprometimento maior com a modalidade e mergulhou nos treinos. Meu treinamento é de amadurecimento, de controle psicológico e equilíbrio emocional, mais do que de pilotagem. Fui com o meu carro cerca de oito vezes para Fortaleza, com um instrutor muito bom. Com o carro que eu vou correr no Dakar, eu também quis testá-lo na areia, então embarquei para o Marrocos. Passei cinco dias lá e foi espetacular, a leitura das dunas é impossível, mas andando nelas você consegue entender melhor. As dicas são valiosas, explicou o piloto.
Troca de papéis – Assim como para todos os competidores desta edição do Dakar, a prova será novidade. Lourival troca de papel e será a experiência da equipe na prova. A primeira vez é muito estressante, pois não se tem idéia do que vai enfrentar. Eu tive sorte de ter essa primeira vez com um piloto experiente. Isso me trouxe tranqüilidade, relembra.
A ansiedade de Paulo fez com que o ano passasse mais rápido. Agora, a situação de experiência e novidade se inverte na dupla. Ansiedade já dura um ano, desde que eu tomei a decisão de participar do Dakar. Foi um ano de muito trabalho na minha empresa de informática e também tive que realizar a preparação para a prova: parte física, nutricional e tive que me desdobrar para cumprir, declarou Pichini, que confia na tranqüilidade de seu navegador para realizar uma boa prova.
Com o objetivo de completar o Dakar, a estratégia da dupla é saber o limite do carro e poupar também a equipe de apoio. Tem que ter constância, pois se detonar o carro, acaba não chegando. Quebra até os mecânicos. Se forçar onde não é possível, nem um trator agüenta, quanto mais o nosso carro, revelou o navegador.
Este texto foi escrito por: Bruna Didario