Laços ou balaios são pegadinhas de navegação que a organização dos ralis montam para dificultar a vida dos competidores. Voltas em um quarteirão ou terreno, fazendo com que as equipes passem duas ou mais vezes pelo mesmo lugar, entrem na contramão e, com frequência, duvidem se estão certas. A artimanha é típica do rali de regularidade e marca registrada do Cerapió.
Situações como essa ditaram o ritmo da primeira etapa, realizada nesta terça-feira (24) entre a Praia do Cumbuco, nos arredores de Fortaleza, e Trairi, no interior do Ceará. O trecho com cerca de 200 quilômetros de prova também foi marcado por paisagens de dunas, praias e lagoas à beira mar.
Primeiro a largar da categoria sênior, o maranhense Miguel Mussalem afirmou que a navegação é sempre a parte mais difícil do Cerapió. A organização é expert em fazer esses laços, tem hora que olhava para trás e não sabia mais de onde tinha vindo, de tanta volta que dei. O piloto disse ainda que o calor cearense não foi maior do que está acostumado no Maranhão.
Já o brasiliense Bruno Barros, de 18 anos, afirma ter sofrido com o calor. Ainda em um neutralizado no fim da primeira etapa, o piloto chegou pingando de suor, a procura de água. Mas também a navegação foi a maior dificuldade para ele. Dei muitas voltas, mas acho que não comprometi muito minha prova. Além dos balaios, pegamos muitos trechos de estradão, onde eu perco muito a atenção, confessou.
Experientes também sofrem. A atual campeã mineira de regularidade, Sabrina Katana, também afirmou ter tido problemas na etapa de hoje. Acredito que hoje foi um dia de adaptação, já que é a minha primeira vez no Cerapió. Até pegar o costume com a pilotagem na areia demorou um pouco. Queria ter ido melhor, mas a partir de amanhã vou caprichar mais, disse Sabrina.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa, direto de Trairi (CE)
Last modified: janeiro 24, 2012