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Pés são ponto fraco de atletas no Ecomotion 2011


Gabriela Carvalho da Lobo Guará é atendida (foto: Murilo Mattos/ Webventure)

Direto de Guaratinga (BA) – Além do sofrimento da exaustão no Ecomotion, os atletas ainda precisam lidar com o desgaste extremo dos pés. Bolhas, contusões e perdas de unha devido aos longos trechos de trekking são apenas alguns dos problemas enfrentados pelas equipes. De acordo com o responsável pelos atendimentos médicos, o doutor Caio Monteiro de Barros, “todas as equipes quando chegam em uma área de transição pedem ajuda médica para os pés”.

Caio e duas enfermeiras já fizeram dezenas de curativos em bolhas furadas e pés inflamados na prova. Principalmente após o trekking de 80 quilômetros pela praia, logo no início do roteiro. A soma de areia, água e várias horas de esforço dentro dos calçados não poupou nenhum atleta.

“Nossa recomendação é para usarem sempre duas meias, uma mais fina em contato com a pele, e outra grossa, própria para trekking, por cima. Sempre de tecidos especiais para o esporte. Isso ajuda a evitar o atrito da meia com a pele, que causa bolhas”, alerta o doutor, especialista em urgências, resgate em áreas remotas e em atividades como montanhismo e mergulho.

No caso de bolhas, doutor Caio alerta também para não estourar. “A bolha tem um líquido que serve para proteger. Uma bolha estourada, seis horas depois, vira uma bolha infeccionada”, explica. Curativos com pomadas anti-inflamatórias e uma espécie de plástico usado na cobertura de queimaduras são os mais aplicados aos pés dos atletas para continuarem na prova.

“Quem tem seguido essas orientações até que está com os pés saudáveis. Mas nem todo mundo faz isso. Alguns competidores das equipes de ponta vão precisar ser guerreiras para chegar no fim da prova, pois os pés deles estão destruídos”, comenta o doutor.

Atleta da Quasar Lontra, Paul Romero é um dos que recebeu o curativo. O americano tem no currículo vitórias no Ecomotion e em outras etapas do circuito mundial, além de ter chegado ao topo do Everest no ano passado, desabafou no meio da subida da Pedra do Oratório: “É a pior dor que já senti na minha vida!”

Picada de cobra. Além da preocupação com os pés, a equipe médica também teve trabalho com um atleta sueco da equipe Axa Sport Team. Ele foi picado por uma cobra, segundo o doutor, de uma espécie da mesma família da Jararaca, mas não apresentou sintomas. Ainda assim, foi obrigado a passar no hospital e a equipe resolveu desistir da prova. “Ele queria continuar, dizia estar bem e que tinha tomado remédios por conta própria. Porém nestes casos é obrigatória a avaliação em um hospital. Provavelmente ele não teve contato com muito veneno, já que essas cobras tem hábitos noturnos e saem para caçar”, explicou. O sueco foi picado de dia, antes do AT5.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa