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Pesquisa quer aumentar acesso a informações ambientais

Redação Webventure/ Aventura brasil

Alterações climáticas, perda da biodiversidade e espécies invasoras são exemplos de problemas ambientais que precisam ser pensados em escala global. Pensando nisso, pesquisadores procuram várias formas de integração, como o desenvolvimento de projetos envolvendo vários países e, principalmente, o intercâmbio de dados, informações e conhecimentos sobre o tema. Mapas e tabelas gerados a partir de estações meteorológicas, caracterizações de tipos de vegetação, monitoramento de desmatamentos e listas de espécies encontradas nos locais de pesquisa são alguns dos dados considerados importantes para a compreensão das mudanças ambientais globais.

Segundo Eduardo Moacyr Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciências, é importante consolidar e incentivar o senso de cooperação na comunidade científica para que experiências interessantes, projetos e instituições possam, juntos, construir novas iniciativas. Além disso, Krieger ressalta que o livre acesso a dados de pesquisa é um dos passos para que outros setores da sociedade possam ser incluídos nas discussões sobre Ciência, Tecnologia e Informação.

No Brasil, alguns projetos de pesquisa têm procurado trabalhar sob essa perspectiva. Um exemplo é o projeto Species Link, desenvolvido pelo Cria – Centro de Referência em Informação Ambiental, uma organização não-governamental situada em Campinas (SP), dentro do Programa Biota/Fapesp – um programa de pesquisas em biodiversidade do estado de São Paulo. Neste projeto estão envolvidas 13 instituições paulistas entre museus, herbários, coleções de microorganismos e o Sistema de Informação Ambiental do Programa Biota/Fapesp.

Os objetivos centrais do projeto são a informatização dessas coleções e sua interligação por meio de um sistema de informações que permite a busca das espécies estudadas por essas instituições por área geográfica como o município ou uma área de proteção ambiental.

Facilidades – Esses resultados permitem, por exemplo, que coordenadores de áreas de preservação ambiental tenham um acesso muito mais rápido à dados sobre a biodiversidade local, o que facilita a elaboração dos Planos de Manejo – regras de entrada nas áreas, turismo e exploração de recursos -, a definição de políticas públicas nacionais e o manejo sustentável de áreas com grande biodiversidade.

Townsend Peterson, da Universidade de Kansas e colaborador do Cria, acredita que, além de disponíveis, as informações geradas pelos pesquisadores devem ser apresentadas em formatos que possibilitem que outros públicos, além dos cientistas, possam entendê-las, servindo de suporte, por exemplo, para a definição de políticas ambientais. “Os dados precisam sair das prateleiras das bibliotecas, cadernos de campo e anotações de laboratório”, enfatiza Peterson.

Na Costa Rica, onde estão cerca de 6% da biodiversidade do planeta, há um dos maiores projetos de mapeamento de biodiversidade do mundo, que é comandado pelo INBio – Instituto Nacional de Biodiversidade – associação científica que trabalha em cooperação com o Ministério de Recursos.

Além de disponibilizar seus dados na Internet, o Instituto conta com pessoas das comunidades próximas às áreas de estudo para coletarem e catalogarem as espécies inicialmente encontradas. Esse esforço resultou em cerca de 3 milhões de indivíduos coletados, sendo que 47% estão totalmente identificados. No caso de plantas, são 6.340 espécies identificadas, o que corresponde a mais de 90% das plantas do país.

Tendo como foco o desenvolvimento de estratégias para o livre acesso a dados ambientais no continente americano, cerca de 90 pesquisadores reuniram-se em Campinas (SP), no início do mês, durante o Workshop Inter-Americano sobre Acesso a Dados Ambientais, organizado pelo Comitê sobre Dados de Ciência e Tecnologia – uma iniciativa internacional que objetiva desenvolver softwares e padrões computacionais que permitam que coleções científicas (como museus de história natural e herbários) e projetos de pesquisa interliguem seus dados, através da utilização de linguagens computacionais de livre acesso e troca de dados por meio da Internet.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: março 26, 2004

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