Tidjikja (Mauritânia) Os pilotos brasileiros André Azevedo, Klever Kolberg, Juca Bala e Luiz Mingione, da Equipe BR Lubrax, Armando Pires, da Drakkar Normandia, e Luiz Azevedo, da CDI Competições, superaram a etapa do inferno do Rally Paris-Dakar, disputada nesta terça-feira entre Atar e Tidjikja, na Mauritânia. O trecho teve 467 quilômetros e foi considerado o mais difícil da competição. Devido às dificuldades, muitos concorrentes tiveram que completar a prova à noite; dezenas deles ficaram pelo caminho.
Não havia nenhum trecho fácil hoje (terça). Os 59 quilômetros iniciais da etapa de ontem (segunda) foram reaproveitados e a areia, que era fofa, ficou mais fofa ainda, conta Klever Kolberg (Mitsubishi Pajero Full). Hoje o dia foi um inferno. Literalmente um inferno, com muitas ondulações e pedras. Mais uma vez o brasileiro não teve sorte com o sistema que enche e esvazia os pneus, com acionamento de dentro do carro. Um defeito está fazendo com que o pneu saia da roda. Em todo o rali já parei sete vezes por causa desse problema.
Luiz Mingione, com uma Honda Tornado Rally 250, levou 12 horas para completar a prova. Cheguei a andar 60 quilômetros à noite. Não foi fácil, mas consegui chegar, conta. Ele está participando pela primeira vez do Dakar com uma Honda Tornado Rally de 250 cilindradas. Juca Bala, outro piloto da Equipe BR Lubrax, também sentiu a dureza da etapa. As mãos chegavam a formigar, contou. Tanto ele quanto Luiz caíram na etapa de hoje, mas não tiveram ferimentos.
André perde a etapa por 29 segundos
O piloto André Azevedo, com um caminhão Tatra, foi o vice-campeão da etapa desta terça-feira, entre Atar e Tidjikja. Ainda no deslocamento furou um pneu do caminhão e, por causa do incidente, largamos com 1m30 de atraso. Saí entre o Karel Loprais e o Vladimir Tchaguine, nossos principais concorrentes. O trecho foi um verdadeiro Dakar, não só pela distância como também pelo terreno ruim, afirma Azevedo. A velocidade média era baixa e o terreno cheio de ondulações. Para percorrer os 467 cronometrados André levou 8h45m23s, contra 8h44m54s de Vladimir Tchaguine, o vencedor no dia.
Acidente
O francês Daniel Vergnes, motorista de um carro de assistência da equipe Toyota Trophy do Rally Paris-Dakar, morreu nesta terça-feira no trecho de deslocamento entre Atar, última parada da caravana do rali, e Tidjikja, na Mauritânia. Os outros três ocupantes do carro, Sheona Dorson-King, Christophe Van Rief e Benoit Agoyer tiveram ferimentos.
Até às 19h30 (horário de Brasília) a informação estava embargada. A organização pediu aos jornalistas que acompanham a prova que não divulgassem a notícia até que a família de Vergnes fosse avisada. Como o acidente aconteceu longe do acampamento montado em Tidjikja, não há informações precisas. O único dado é que o carro saiu da estrada.
O anúncio do acidente foi feito pelo diretor geral do Paris-Dakar, Hubert Auriol. Na tenda onde funciona uma espécie de sala de imprensa, ele reuniu os jornalistas para ler um comunicado, mas não conseguiu e começou a chorar. Um tradutor que o auxiliava finalizou a informação.
Os resultados dos brasileiros
Juca Bala (Honda Falcon Rally 400) – 42º na geral e quarto na categoria Super Production até 400 cilindradas.
Klever Kolberg (Mitsubishi Pajero Full) 13º na geral e terceiro na categoria Super Production para carros a diesel.
André Azevedo (Tatra) 2º na geral.
Armando Pires (KTM 660) 52º na geral e 13º na categoria Super Production para motos com mais de 400 cilindradas.
Até às 19h30 (horário de Brasília), a organização ainda não havia divulgado a lista completa onde aparecem os resultados de Luiz Azevedo e Luiz Mingione.
A Equipe BR Lubrax tem patrocínio da Petrobras, BR Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e Eletronet, e apoio das Concessionárias Honda, VAZ Sprockets Chains, Carwin Acessórios, Controlsat Monitoramento de Frotas Via Satélite (Grupo Schahin), Iveco, Minoica Global Logistics, Mitsubishi Brabus, Planac Informática, Nera Telecomunicações, Telenor, Dakar Promoções, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Vista Criações Gráficas e Webventure.
Este texto foi escrito por: Ricardo Ribeiro / Ana Carolina Vieira
Last modified: janeiro 8, 2002