Prova tem aproximadamente 1.500 quilômetros e pilotos têm apenas oito horas para descanso em área com barulho constante
Tan Tan (Marrocos) – Os pilotos brasileiros que estão disputando a 24a edição do Rally Paris-Dakar superaram parte do grande desafio da prova este ano, a chamada etapa “maratona”. São aproximadamente 1.500 quilômetros com intervalo de oito horas para descanso e manutenção nos veículos. A primeira fase ligou Ouarzazate e Tan-Tan, no Marrocos, e o ponto final de hoje (sexta) será em Zouaret, na Mauritânia.
Esta etapa é uma das mais temidas pelos competidores, já que eles tiveram que largar à noite. E o pior: carros, motos e caminhões saíram misturados, dependendo do horário de chegada de cada um na etapa de anteontem (quarta). Normalmente, eles partem separados. Outra dificuldade é o período de descanso, boa parte ainda durante o dia. No acampamento do Paris-Dakar é quase impossível relaxar o suficiente. Há geradores de energia por todos os lados e turistas e visitantes tomaram conta do lugar. Um barulho infernal. Sem contar os aviões da organização, que insistem em manter os motores ligados boa parte do tempo.
“Não tem como dormir no meio dessa confusão toda. Mas tentaremos descansar um pouco”, esperava Klever Kolberg, antes de se recolher na barraca. Kolberg e o navegador francês Pascal Larroque (Mitsubishi Pajero Full) iam largar novamente às 2h25 (0h25 horário de Brasília). Eles teriam ainda pela frente 793 quilômetros. Kolberg perdeu tempo trocando dois pneus furados no primeiro trecho, mas mesmo assim ficou em 15o na classificação geral entre os carros e fez o terceiro melhor tempo na categoria Super Production para carros a diesel.
Resultados
Nas motos, o carioca Armando Pires, da equipe Drakkar Normandia, foi o melhor colocado entre os colegas brasileiros depois de garantir a 67a posição na classificação geral (14o na categoria Super Production com uma KTM 660). Juca Bala, da Equipe BR Lubrax, ficou perto: 73o na geral e nono na Super Production até 400 cilindradas com uma Honda Falcon Rally. “Não fui muito bem. Sofri uma queda e perdi muito tempo”, argumentou.
Luiz Mingione, colega de Juca na mesma equipe, ao guidão de sua Honda Tornado Rally, ficou em 104o na geral, mas ganhou na categoria para motos até 250 cilindradas. Luiz Azevedo, da CDI Competições, foi o 118o na geral e 19o entre as motos da categoria Super Production até 400 cilindradas.
André Azevedo e os checos Tomas Tomecek e Mira Matinec ficaram em terceiro na classificação geral dos caminhões (Tatra). “Hoje foi uma etapa clássica no Marrocos, com muitas pedras e poeira densa. Estamos levando o caminhão com cuidado porque ele é totalmente novo e ainda estamos conhecendo o veículo”, contou o brasileiro.
Na classificação geral nas motos, o vencedor da primeira fase da maratona foi o chileno Carlo De Gavardo (KTM 660). Nos carros, o japonês Hiroshi Masuoka e o francês Pascal Maimon foram os mais rápidos com um Mitsubishi Pajero Full. Os russos Valdimir Tchaguine, Semion Yakoubov e Serguei Savostine levaram a melhor entre os caminhões com um Kamaz.
A Equipe BR Lubrax tem patrocínio da Petrobras, BR Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e Eletronet, e apoio das Concessionárias Honda, VAZ Sprockets Chains, Carwin Acessórios, Controlsat Monitoramento de Frotas Via Satélite (Grupo Schahin), Iveco, Minoica Global Logistics, Mitsubishi Brabus, Planac Informática, Nera Telecomunicações, Telenor, Dakar Promoções, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Vista Criações Gráficas e Webventure.
Este texto foi escrito por: Ricardo Ribeiro / Ana Carolina Vieira
Last modified: janeiro 3, 2002