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Pilotos revelam segredos para a prova

Redação Webventure/ Offroad

Este ano estou indo para ganhar  disse Salvini. (foto: André Chaco/www.webventure.com.br)
Este ano estou indo para ganhar disse Salvini. (foto: André Chaco/www.webventure.com.br)

O Rally dos Sertões, maior prova off-road da América Latina e uma das maiores do mundo, não é uma simples diversão para os pilotos, navegadores e equipes de apoio, como os espectadores imaginam. As estatísticas da organização apontam que quase metade dos veículos não sobrevive até o último dia do rali.

Para participar é preciso ter muita técnica e investir em máquinas apropriados para esse tipo de prova. Em 2003, estão inscritos na competição 221 veículos entre carros, motos, quadriciclos e caminhões, ultrapassando o recorde de 216 da edição passada.

A categoria Caminhões é a que tem menor números de concorrentes, apenas sete. Em entrevista exclusiva ao Webventure pilotos das principais equipes da modalidade falaram sobre as expectativas para os Sertões, os últimos preparativos, novidades e estratégias para esta edição do rali:

Petrobras Lubrax – André Azevedo, o competidor mais premiado da história do Rally dos Sertões, com quatro títulos – dois como navegador de Klever Kolberg nos Carros (97 e 98) e duas vezes em caminhões (2000 e 2002) – e seu navegador Robson Pereira vão tentar repetir a vitória de 2002, neste ano com um caminhão Mercedes Benz 2428. A equipe contratou um mecânico exclusivo para o caminhão que é o Ronaldo Pinto.

André, que sempre pilotou caminhão com câmbio mecânico, pela primeira vez vai correr o Sertões com o automático. “Tenho que me acostumar com este tipo de câmbio, pois é um novo aprendizado”, disse o piloto. Assim como muitos competidores, ele também acredita que esta edição será a mais difícil da história. “Acho que a organização está fazendo como no Dakar: cada vez fica mais complicado”.

E para ter sucesso em uma prova longa e cansativa como o Rally dos Sertões, ele conta o segredo: “Não podemos gastar nosso potencial logo no início da prova. Temos que esperar três, quatro dias para conhecer bem os segredos da competição e saber administrá-la”.

Yahn Racing – A equipe conta com duas duplas: Alfredo Yahn/João Hermann e Luciano Cunha/Carlos Brite. Os caminhões usados são Volkswagem 8150, com tração 4×4. “A expectativa da nossa equipe para o Sertões é a melhor possível. Os dois caminhões estão prontos e confiáveis, e agora é só torcer”, disse Alfredo Yahn, também chefe da equipe.

Uma das estratégias usadas pela Yahn Racing é ajudar o líder. Quem estiver na frente é que vai ter os privilégios da equipe, o melhor apoio”, conta Yahn, que acredita que os dois caminhões andarão juntos até a metade da prova.

Mas, ao contrário de André Azevedo, ele acredita que esta edição do Sertões não será a mais difícil. “Tirando os dois primeiros dias e o último, o qual terá dunas altas, que oferecem perigo por serem traiçoeiras, o resto do rali será tranqüilo. E perder o rali no último dia é uma pena”.

Segundo Yahn, a maior dificuldade, no entanto, é de caráter emocional. “O mais difícil é trabalhar o psicológico e a adrenalina, que nos deixa meio bobos” acredita. Outro veneno é o cansaço. Com o corpo cansado a cabeça não funciona”, completou.

Salvini Racing – Carlos Salvini vai pilotar um caminhão Mercedes com motorização de 6 cilindros. “Este é muito mais potente do que o que usamos no ano passado”, disse Salvini. Ele terá a companhia de seu filho Guido Salvini, como navegador, e de Fernando “Ventania”, mecânico que acompanhou a montagem do caminhão na fábrica. “Se houver problemas podemos consertar o caminhão no meio do caminho”, garante o piloto.

Após a vitória no Rally Rota Sul e a segunda colocação no Terra Brasil, ele acredita no potencial do veículo. “O caminhão está testado. Agora só depende da gente. Em 2002 perdi o título por falta de pneu, pois furaram dois na especial dos 10 anos. Este ano estou indo para ganhar”, declarou o piloto.

Por pilotar um Mercedes, Salvini usará a estrutura da montadora, junto com André Azevedo, da Petrobras Lubrax.

Ford – A equipe tem como representante o piloto Ricardo Domingues e o navegador José Saraiva. Domingues conquistou o terceiro lugar no Sertões 2002 e para este ano já busca um novo resultado. “Meu objetivo é terminar o Sertões, o que já é uma grande vitória. Mas vou tentar o primeiro lugar”, contou.

Ele acredita que a maior dificuldade que os pilotos de caminhão irão enfrentar no rali são as especiais de areia, pois na edição passada ele teve problemas nesse tipo de trecho. “A estratégia da minha equipe é andar para não quebrar”, disse. “Temos que ser regulares” completou.

A categoria Caminhões conta ainda com mais dois veículos: Wagner Agostino é o piloto da equipe Mercedes Benz e o caminhão de Luiz Antonio é o representante da Motor Trailler.

A largada da caravana do 11º Rally Internacional dos Sertões acontece dia 24 de julho em Goiânia (GO) com destino a São Luis (MA), durante nove dias de prova e mais de 3.800 quilômetros percorridos.

Este texto foi escrito por: Camila Christianini/Webventure

Last modified: julho 17, 2003

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